Procedimento
simples e indolor é capaz de diagnosticar cardiopatias congênitas críticas em
recém-nascidos
Simples e indolor. A aferição da oximetria de pulso, mais conhecida como
teste do coraçãozinho, é mais um procedimento que deve ser oferecido pelo Hospital
para detectar precocemente cardiopatias congênitas críticas em recém-nascidos.
Aproximadamente uma ou duas em cada mil crianças recém-nascidas vivas
apresentam cardiopatias congênitas críticas - ou seja, que podem levar ao óbito
caso não sejam diagnosticadas e tratadas precocemente. Destas, cerca de 30%
recebem alta da maternidade sem diagnóstico.
“Várias cardiopatias congênitas podem ser diagnosticadas com um
ecocardiograma fetal, mas sabemos que a grande maioria da população não tem
acesso ao exame e muitos pacientes passam despercebidos”, afirma o Dr. Gustavo
Foronda, cardiologista infantil do Hospital Israelita Albert Einstein.
O custo, a logística e a própria falta de hábito dos médicos pedirem o
ecocardiograma fetal justificam a dificuldade de aplicá-lo em todas as
pacientes. “O custo de toda a estrutura para realização do exame como rotina
gestacional dificulta sua realização. Além disso temos que conscientizar todos
os envolvidos, do obstetra a própria gestante, da importância do exame”, diz o
cardiologista do Einstein.
Para evitar que as crianças com problemas cardíacos graves deixem o
hospital sem um diagnóstico, o teste do coraçãozinho é apontado como uma
alternativa. No teste, um sensor é aplicado na pele do paciente (procedimento
indolor) para aferir a oxigenação dos membros superiores e inferiores. “Se registramos
uma medida de oximetria menor que 95% em qualquer membro ou uma diferença de
três pontos percentuais entre os membros superiores e inferiores devemos
suspeitar de uma cardiopatia crítica.” Em caso de suspeita, um ecocardiograma
deve ser solicitado.
Quando o teste deve ser feito?
O teste do coraçãozinho deve ser realizado entre 24 e 48h após o
nascimento. “No primeiro dia de vida, várias alterações adaptativas próprias do
recém-nascido podem atrapalhar o resultado. Após as primeiras 24h e até o
segundo dia de vida, o risco de erro relacionado a essas alterações baixam de
forma significativa e ainda estamos num período segurança para o diagnóstico
das cardiopatias críticas”, diz Foronda.
Fonte: Hospital
Israelita Albert Einstein
Algumas dúvidas comuns
O
que é o Teste do Coraçãozinho?
Trata-se de um teste que deve ser realizado no
recém-nascido ainda na maternidade, após as primeiras 24 horas de vida e antes
da alta hospitalar para rastreio de cardiopatias congênitas críticas. Consiste
na medição da saturação (níveis de oxigênio no sangue) do bebê, através da
utilização de um aparelho denominado "oxímetro".
Como é feito o
“Teste do coraçãozinho” ou “Teste de Oximetria de Pulso”?
A monitorização da oximetria de pulso utiliza uma fonte de
luz e sensor (oxímetro ) para medir o oxigênio no sangue. Um sensor macio é enrolado à
volta da mão direita (pré ductal) e posteriormente à volta do pé do bebê (pós
ductal). A luz que passa através da pele mede a quantidade de oxigênio no
sangue. O teste é rápido (3-5 minutos) e indolor.
Por que é importante
testar os bebês para descartar defeitos do coração?
Se não forem detectadas, algumas cardiopatias congênitas
podem causar problemas graves ou mesmo levar à morte. O diagnóstico e o
tratamento precoces, são fundamentais para preservar a vida dos bebês que
nascem com essa condição.
Por
que verificar o nível de oxigênio no sangue com oxímetro de pulso?
O nível de saturação de oxigênio baixos (abaixo de 95% ou
com uma diferença maior que 2% entre os membros superiores e inferiores) podem
indicar a presença de uma malformação cardíaca.
Quais
são os benefícios do rastreio?
Os bebês são menos propensos a terem alta com problemas
cardíacos não identificados, alguns dos quais podem causar situações de
emergência ou mesmo morte. Se forem identificados nas primeiras 24-48 horas de
vida, ainda na maternidade, o tratamento do bebê poderá ser iniciado ainda no
hospital onde as equipes médicas estão disponíveis para diagnóstico e encaminhamento/tratamento
das cardiopatias congênitas.
O teste pode
detectar todos os tipos de defeitos cardíacos?
Nenhuma ferramenta de diagnóstico atual pode detectar 100%
das cardiopatias congênitas existentes, mas a oximetria de pulso poderá
rastrear defeitos cardíacos mais graves (aqueles associados com um baixo nível
de oxigênio no sangue), que são as chamadas "cardiopatia congênitas
cianogênicas". Portanto, o teste não detecta aqueles casos menos graves,
que não estão associados com um baixo nível de oxigenação (saturação).
O que fazer caso
seja detectado um baixo nível de saturação durante a realização da oximetria de
pulso (abaixo de 95%)?
O teste de oximetria de pulso deve ser feito novamente. Se
o nível ainda estiver abaixo do esperado, em seguida, um ecocardiograma (uma
espécie de ultrassom do coração) deve ser feito e um cardiologista pediátrico
deve ser chamado para avaliar a criança.
Fonte: Pequenos corações
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