quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Teste do coraçãozinho



O bebê prematuro e o teste do coraçãozinho


Vocês conhecem o “Teste do Coraçãozinho”? Não? Mas com certeza já ouviram falar em oximetria de pulso, certo?
Bom, estamos falando da mesma coisa!
Sabem aquele aparelhinho que fica conectado ao dedinho do pé ou da mão do prematuro na UTI? Pois então… aquele aparelhinho chama-se oxímetro e mede continuamente a oxigenação do sangue e frequência cardíaca do bebê, permitindo que se regule a quantidade certa de oxigênio que ele precisa.
Quando essa quantidade (saturação) cai a níveis considerados preocupantes.
É, mas este é um mal necessário. Na realidade, esta monitorização é uma grande aliada na prevenção da mortalidade infantil. O “teste da oximetria de pulso”, como também é chamado, auxilia na reanimação neonatal e detecta doenças cardíacas graves que podem levar à morte do bebê entre 1 semana e 1 mês de vida. Entre elas estão a tetralogia de Fallot e a transposição das grandes artérias, sendo que ambas só se manifestam após 48h de vida, quando a mãe já teve alta da maternidade. Por isso a necessidade de se fazer o teste logo depois do nascimento, antes de mãe e filho deixarem o hospital.

Como os bebês prematuros são constantemente monitorados pelo oxímetro na UTI, fica mais fácil para a equipe identificar alguma alteração e solicitar um ecocardiograma para investigá-la melhor.
Bom, já falamos aqui sobre a obrigatoriedade da realização desse teste nas maternidades brasileiras, lembram? Ponto para o Estado do Mato Grosso do Sul, que foi o primeiro a tornar o teste obrigatório nas salas de parto de seus hospitais. Agora temos que batalhar para que os outros Estados façam o mesmo.
É um procedimento rápido e não-invasivo que salva vidas!
Saiba mais sobre o andamento dos projetos de Lei para tornar o teste do coraçãozinho obrigatório nas maternidades do Brasil no site da AACC Pequenos Corações.

Fonte: http://prematuridade.com/

Arte de cuidar de um Prematuro



Os 3 principais desafios na arte de cuidar de um prematuro

Texto elaborado por uma especialista no assunto, super objetivo e esclarecedor sobre o follow up (acompanhamento pós-alta) dos prematuros. São recomendações válidas de um profissional da área, mas lembrem de sempre consultar o pediatra do seu bebê antes de mais nada, ok?

“Os três desafios principais do cuidado de um bebê prematuro são: a sobrevivência, a diminuição de seqüelas imediatas e promover uma boa qualidade de vida no longo prazo.
A sobrevivência dos bebês prematuros tem crescido muito, acompanhando os avanços tecnológicos na área perinatal, com a melhora dos recursos diagnósticos, terapêuticos e de cuidados hospitalares.
O prematuro não é um recém-nascido deficiente, nem mesmo um feto. É um ser único, que funciona adequadamente dentro dos limites de seu estágio de desenvolvimento, num processo contínuo de interação e adaptação do organismo ao meio ambiente. Os programas de estimulação dos quais os prematuros participam devem ser oferecidos por profissionais experientes e no momento adequado.
A decisão e o planejamento da alta hospitalar são baseados com relação à saúde do bebê e ao treinamento da família. Ainda na UTI, os familiares devem ser bem orientados em relação a vários aspectos: cuidados básicos, posicionamento antirrefluxo, vacinação, alimentação e acompanhamento médico futuro (avaliação auditiva e visual, hematológica, neurológica, etc).
O programa de follow up do prematuro deve ser realizado por uma equipe multiprofissional experiente. O objetivo principal desse programa é a monitorização do crescimento e do desenvolvimento da criança. Dessa forma, pode-se identificar precocemente situações de desvio da normalidade, o que permite uma intervenção precoce e de maior resultado.
Profissionais que compõe a equipe multidisciplinar:
– Pediatra Neonatologista
– Fonoaudióloga
– Fisioterapeuta
– Oftalmologista
– Terapeuta ocupacional
– Neurologista Pediátrico
– Nutricionista*
A primeira consulta com pediatra deve ser realizada cerca de 1 semana após a alta hospitalar, de forma a se avaliar a adaptação do prematuro ao lar. As próximas consultas são marcadas a cada 15 dias no primeiro semestre e mensalmente do 7o ao 18o mês de vida. Posteriormente, as consultas deverão ser anuais. O esquema de vacinação do prematuro é um pouco diferente em relação a algumas vacinas, como por exemplo no caso das vacinas contra hepatite B contra o vírus respiratório sincicial. Para se avaliar o crescimento e o desenvolvimento neuromotor, leva-se em conta a idade corrigida, ou seja, a idade contada após a criança atingir a “40a semana de gestação”. As avaliações auditivas e oftalmológicas devem ser realizadas logo após a alta e no final do primeiro e segundo anos de vida. O treinamento de retirada de fraldas deve ser baseado na idade corrigida e não na idade cronológica. Os bebês prematuros, principalmente aqueles que apresentaram restrição do crescimento intrauterino, são mais propícios a desenvolverem hérnia inguinal com indicação cirúrgica. O uso de complexo vitamínico e de ferro são muito importantes para se prevenir anemia e deficiências vitamínicas. Os prematuros não possuem reservas desses nutrientes por terem nascido antes do tempo.
A assistência especial requerida pelo prematuro não se limita à UTI. A alta é a primeira batalha vencida. Assim, é fundamental que todo criança prematura seja acompanhada por uma equipe multiprofissional adequada.”
Dra. Denise Brasileiro, pediatra na Clínica Mon Petit, Minas Gerais
Fonte: http://prematuridade.com/

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Cuidados com a Exposição ao Sol

A incidência de câncer de pele vem aumentando ano a ano e sua principal causa é a exposição solar. O efeito da radiação é acumulativo; isso quer dizer que o sol que recebemos desde a infância até a idade adulta só irá mostrar seus efeitos em longo prazo, com o envelhecimento precoce e a possibilidade de surgir um câncer.
O principal fator de risco de câncer de pele é a radiação ultravioleta (UV) e a exposição precoce e intensa durante a infância.
Estão mais sujeitos aos efeitos danosos do sol as crianças de pele muito clara, de cabelos loiros, ruivos ou castanhos claros; de olhos claros; com história familiar de câncer de pele, ou ainda com sardas.
Períodos longos de exposição ao sol ou períodos curtos sob um sol muito forte são perigosos. Cuidar do seu filho e controlar a exposição solar é fundamental. Por isso, aqui vão algumas dicas:
• Durante os seis primeiros meses de vida, o bebê não deve ser exposto diretamente ao sol. A partir dos seis meses e até o primeiro ano de vida ele pode pegar um pouco de sol, desde que antes das 10h ou depois das 16h. NUNCA deixe seu filho no sol nas horas próximas ao meio dia.
• Na praia, no clube ou na piscina, o bebê deve usar chapéu e vestir roupas adequadas, além de ficar a maior parte do tempo possível na sombra.
• Para as crianças maiores e adolescentes é recomendado também o uso de óculos de sol.
• A água, a areia, o cimento e a neve também refletem os raios solares e aumentam o risco de queimaduras.
• Os protetores solares contêm substâncias que absorvem e bloqueiam as radiações UV. A Sociedade Brasileira de Pediatria orienta que abaixo dos 6 meses sejam utilizados apenas protetores mecânicos como bonés, roupas, guarda-sol ou sombrinha. Existem tecidos que contêm substâncias capazes de filtrar a radiação UV e podem ser utilizados em bebês.
• Dos 6 meses aos 5 anos de idade, recomenda-se o uso dos filtros infantis, que geralmente contêm menos substâncias químicas capazes de induzir sensibilização da pele da criança. Costumam ser mais espessos e esbranquiçados ou rosados.
• O filtro solar ideal é o que protege da radiação UVA e UVB. Deve ter custo acessível, ser fácil de espalhar e resistir à água. Não existem filtros totalmente à prova d´água, e eles devem ser reaplicados regularmente depois que a criança sai da água, ou quando ela sua muito. Não se esqueça de secar bem a pele antes da reaplicação.
• Geralmente os filtros acima do número 15 protegem por até 2 horas, desde que aplicados em abundância.
• É importante não esquecer locais como as orelhas, o dorso dos pés, a região atrás dos joelhos e o rosto (evitando a área muito próxima aos olhos). Na região em torno dos olhos, no nariz e nos lábios, pode ser utilizado protetor em bastão:
• Camisetas de malha branca e tecidos molhados ou com tramas largas protegem menos. Lembre que existem tecidos que contêm substâncias fotoprotetoras e podem ser usados por crianças.
• Alguns medicamentos e alimentos podem causar reação quando em contato com o sol. Alguns antibióticos e antialérgicos, bem como suco de frutas cítricas e plantas leitosas são conhecidos por provocarem reações na pele.
                                          Alguns conselhos úteis
• USE SEMPRE guarda-sol, bonés, viseiras ou chapéus. Cerca de 70% dos cânceres da pele ocorrem na face, proteja-a sempre. Não se esqueça de proteger os lábios e as orelhas.
• APLIQUE GENEROSAMENTE O FILTRO SOLAR 20 A 30 MINUTOS ANTES DE SAIR AO SOL. Este é o tempo necessário para a estabilização do protetor solar na pele, de modo que sua ação ocorra com maior eficácia.
• MORMAÇO TAMBÉM QUEIMA. Em dias nublados cerca de 40 a 60% da radiação solar atravessa as nuvens e chega à Terra; portanto, use filtros solares também nestes dias.
• FILTRO SOLAR SE USA DIARIAMENTE. Lembre que as luzes fluorescentes também emitem radiação ultravioleta e estão presentes nas salas de aula ou até mesmo em casa.
• A PROTEÇÃO DAS CRIANÇAS É RESPONSABILIDADE DOS PAIS. Cerca de 75% da exposição solar acumulada durante a vida ocorre dos 0 aos 20 anos de idade.

                                                                                                      Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Crianças, menino no sofá, as maçãs, Pessoas



ESTIMULANDO O DESENVOLVIMENTO DE SEU FILHO 
 DE NOVE A DOZE MESES


    
A partir desta fase, costumamos observar grandes diferenças de desenvolvimento entre os bebês. Enquanto alguns podem estar ensaiando os primeiros passos aos nove meses, outros só começam a tentar depois do primeiro aniversário. As diferenças podem ser atribuídas ao ritmo próprio de amadurecimento de cada ser humano, à qualidade da estimulação prévia, à prematuridade ou às intercorrências clínicas, não devendo, como regra geral, constituir motivo de preocupação para os pais. 
    A fase é muito rica em termos de conquistas neuropsicológicas. A mielinização (amadurecimento) dos nervos periféricos se completa, propiciando melhor percepção dos estímulos táteis e do controle motor, aperfeiçoando substancialmente a qualidade da manipulação e da locomoção. As áreas de especialização do cérebro estão melhor definidas, propiciando o reconhecimento e classificação dos estímulos sensoriais. É sobretudo nesta fase que as conexões entre as diferentes áreas de especialização começam a ser feitas, principalmente entre o lobo frontal (que tem a função cognitiva, ou seja, de raciocínio) e os centros emocionais primitivos, iniciando o processo de elaboração dos sentimentos. 
    A criança começa a demonstrar, por exemplo, medo de pessoas estranhas, a apegar-se afetivamente a panos, travesseiros e bichos de pelúcia, ou a desenvolver os famosos traumas de infância, que nada mais são que experiências desagradáveis associadas a determinadas situações específicas e que despertam, de modo automático, emoções aparentemente injustificadas e exageradas na idade adulta. 
    Ao mesmo tempo que começa a conquistar o seu espaço tridimensional, a criança define relações familiares e afetivas, estrutura a comunicação não verbal efetiva, começa a elaborar os sentimentos e adquire capacidade representativa. A maioria das conexões cognitivas está estruturada, iniciando-se a etapa de aperfeiçoamento dos recursos cerebrais adquiridos. O processo de exploração e descoberta do mundo que se segue será período de intenso e prazeroso exercício mental que, se adequadamente estimulado e supervisionado, poderá resultar no aproveitamento máximo do potencial intelectual da criança
. 
1. O brinquedo é fundamental. 
  
 É através do brinquedo que a criança elabora em sua mente os fatos e acontecimentos da vida real. Ele serve como ferramenta de transposição do concreto para o abstrato, estimulando a interpretação dos rituais domésticos e a busca de referenciais e significados. Os melhores são os que permitem interação indireta com os pais, como os fantoches e bonecos. Quanto maior a variedade de formas, materiais e estruturas, mais oportunidades terá o cérebro de exercitar a capacidade de administrar informações. Brinquedos de encaixar auxiliam o domínio do tridimensional. Brinquedos interativos, como os chocalhos, reforçam a atitude exploratória. 
    Nesta fase, é redundância falar em brinquedo educativo, pois todos os brinquedos (mesmo as sucatas) contribuem de uma forma ou de outra para o exercício do desenvolvimento cerebral e podem, portanto, ser considerados educativos.  

2. A paciência é primordial. 
   
 Crianças desta idade começam a solicitar a repetição indefinida de jogos e atividades estimulantes (para elas), o que, para os adultos, não tem a mínima graça, desde a brincadeira de jogar ao chão objetos para serem apanhados pelos adultos, até a repetição, seguidas vezes, das mesmas histórias infantis. Repetir é importante para a estabilização das redes neuronais, mas não deve ser exagerada. Muitas vezes, ao iniciar um ciclo de repetição de determinadas atividades, a criança não consegue interromper o que está fazendo e começa a ficar angustiada, necessitando da intervenção do adulto para parar. Os pais devem atender às solicitações na medida do possível, ter paciência, tempo e disposição para participar das brincadeiras e sensibilidade para reconhecer o momento certo de parar as atividades.
  

3. O emocional pode fazer parte do jogo.



    


Uma das funções dos brinquedos é trabalhar o aspecto emocional. Quando os pais compreendem este fato, podem utilizar o brinquedo como instrumento educacional dentro das mais variadas perspectivas. Algumas crianças, inclusive, se apegam de maneira temporária ou permanente a determinados objetos ou brinquedos, que passam a representar aspectos e situações afetivas a transmitir segurança, amor e proteção. Os objetos transacionais têm importante papel na elaboração dos recursos psicológicos que permitem que o ser humano consiga libertar-se dos instintos primitivos e assumir posturas e atitudes racionais coerentes com seus interesses. 
    Durante a primeira infância, principalmente quando é amamentada ao seio, a criança estrutura em sua mente a chamada figura principal, ou seja a mãe que nutre, conforta, acaricia e traz segurança. Depois de alguns meses de vida, a figura principal nem sempre estará disponível para suprir as necessidades psicoativas da criança e, como esta não tem capacidade elaboradora para sentir-se bem sozinha, a sua primeira atitude será eleger um bicho de pelúcia, um travesseiro ou um pedaço de pano macio para representar a sua figura principal, obtendo, através desse objeto transacional, a segurança obtida através da presença da mãe.

ESTIMULANDO O DESENVOLVIMENTO DE SEU FILHO 
 DE DOZE A QUINZE MESES 
  
 A partir desta idade, a criança tem formada a estrutura básica da língua materna, podendo entender grande parte do que lhe seja dito. Começa aí o exercício de transferência do padrão sensorial auditivo para outra área cerebral motora, que, coordenando a musculatura respiratória, articular e laríngea, vai tentar reproduzir o sistema de sons armazenados, permitindo a comunicação verbal. 
    Durante o processo de elaboração motora do vocabulário, devido à dificuldade de controle do aparelho fonador, a criança vai falar errado e trocar a maioria dos fonemas. Os pais podem ter dificuldade para entender a mensagem da criança. Com um pouco de tempo, cria-se um vocabulário paralelo que, no momento inicial, se presta muito bem para a comunicação. Nesta fase, os pais não devem tentar corrigir o que a criança diz, sob o risco de inibir o momento mágico da aquisição da linguagem, e também não devem cair no extremo oposto, que é adotar os termos infantis utilizados pelo bebê para continuar a comunicação, sob o risco de reforçar os erros estruturais e alterar a estrutura sensorial auditiva. 
    A correção da estrutura de linguagem só deve ser feita à medida que os pais percebam que a criança consiga articular o fonema alterado. Por exemplo, um bebê pode iniciar a aventura linguística pedindo água através da palavra aba. Os pais devem entender e dar o que a criança solicita, reforçando a pronúncia correta, sem insistir. Mais tarde, quando os pais perceberem que a criança consegue, por exemplo, falar a palavra gato, então devem iniciar a correção de aba para agá e, mais tarde, para água, sempre respeitando as possibilidades da criança. 
    Nesta fase, os pais também podem iniciar sutilmente algumas noções mais elaboradas, como quantidades pequenas. Diferenças entre um, dois ou três objetos de mesma espécie podem ser demonstradas, lembrando sempre que este tipo de aprendizado nunca deve ser cobrado. Apesar de a criança ter a capacidade de apreender não verbalmente as noções, ela pode não ser capaz de elaborar verbalmente os conceitos. Noções espaciais, como em cima e embaixo, na frente e atrás, também podem ser introduzidas. Os brinquedos habituais podem auxiliar o aprendizado. 
    Na área motora, nota-se melhora progressiva da coordenação, tanto na andar como na manipulação de objetos. A criança começa a andar com autonomia, iniciando-se a fase mais perigosa da existência humana. Ao mesmo tempo em que a criança tem necessidade de explorar o ambiente e conquistar o espaço tridimensional, pode estar exposta aos mais diversos riscos, como quedas, cortes, intoxicações etc. O ideal é existir uma liberdade vigiada, com a eliminação sistemática de todos os riscos e perigos. 
    Para estimular a coordenação motora fina, nada melhor que os brinquedos de encaixar mais simples ou a brincadeira de guardar objetos em pequenas caixas. A criança, que antes agarrava os objetos, vai começar a utilizar o polegar para segurar os brinquedos e, depois, pegar pequenos objetos, utilizando o indicador e o polegar como pinça. Ao fornecer pequenos objetos à criança, sempre tomar o máximo de cuidado para que não exista a possibilidade de serem deglutidos ou inalados, causando lesões internas no bebê.  

ESTIMULANDO O DESENVOLVIMENTO DE SEU FILHO 
DE QUINZE A DEZOITO MESES 
   
 A dialética é a arte do diálogo. Nesta fase de estruturação verbal, o diálogo é uma das ferramentas mais importantes para o desenvolvimento dos recursos neurolinguísticos que serão utilizados e aperfeiçoados pelo ser humano durante o decorrer de toda a sua existência. Nas fases iniciais da vida, a dialética entre os pais e os bebês tem função estrutural, ou seja, os padrões sonoros, sendo armazenados e reforçados, estruturarão padrões reconhecíveis pelas áreas auditivas da mente. Quando a criança consegue relacionar as mensagens verbais às informações visuais concomitantes, acontece a dialética demonstrativa, iniciando o processo de interconexão entre diferentes áreas cerebrais. Quando o processo está estabelecido, as diferentes áreas do cérebro começam a interagir e a dialética se torna associativa, ou seja, as mensagens verbais desencadeiam a formação de imagens mentais e a criança reconhece pelo nome o objeto em questão, mesmo que esteja fora do seu campo de visão. A próxima conquista da mente será associar mais de dois padrões reconhecidos e temos então a dialética comparativa. 
    Os pais podem estimular o desenvolvimento dos filhos através do diálogo, seja ensinando os nomes dos objetos e ações (dialética demonstrativa), seja através do exercício de reconhecimento de mensagens (dialética associativa), seja pela estruturação de conceitos um pouco mais complexos, envolvendo ideias como tamanho (grande e pequeno), peso (leve e pesado), temperatura (quente, morno e frio), consistência (mole e duro), entre outros (dialética comparativa). 
    Todos esses exercícios estimulam as interconexões entre as células de diferentes áreas do cérebro, estruturando o arcabouço neurolinguístico primitivo diretamente relacionado com a qualidade da inteligência do indivíduo. 
    Uma das brincadeiras mais envolventes e estimulantes que trabalham estes conceitos é a de esconder e procurar objetos. No início, o desafio deve ser bem simples. O objeto em questão deve ser mostrado e ocultado sob as vistas da criança. Os pais, em seguida, perguntam onde está o objeto e logo o mostram novamente, especificando a sua localização, sempre com bastante animação e alegria. Com o tempo, os pais podem introduzir elementos mais complexos à brincadeira, acrescentando mais um objeto (por exemplo, um grande e um pequeno) e esclarecendo noções espaciais de localização (em cima, embaixo, na frente, atrás etc.). É importante estar ciente de que as noções serão apenas introduzidas. A assimilação dos conceitos é lenta e os pais não devem esperar que a criança demonstre verbalmente ter aprendido alguma coisa. 
    As conversas habituais com a criança também são ótimas oportunidades para treinar os conceitos e, com o tempo, os pais vão começar a desenvolver especial sensibilidade para perceberem qual o tipo de estímulo é mais adequado para cada situação. 
    No campo da coordenação motora, os brinquedos continuam sendo importantíssimos, principalmente aqueles que estimulam algum tipo de manipulação. O espaço e a liberdade de exploração são indispensáveis e começamos a notar crescente necessidade de a criança participar das atividades dos adultos e das reuniões familiares. A imitação sistemática da rotina diária torna-se uma das brincadeiras preferidas e é a maneira pela qual a criança começa a compreender a razão dos hábitos domésticos. Estas atitudes são um sinal de sintonia com o ambiente e perfeito desenvolvimento neuro psicomotor, devendo ser plenamente incentivadas, uma vez que contribuem decisivamente para a estruturação dos referenciais psicodinâmicos que apoiam a formação da identidade e da personalidade. 

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Como escolher o Pediatra de seu bebê


O pediatra perfeito não existe. Aquele que parece adequado em determinadas circunstâncias, pode não ser em outras situações, ou até se pode enganar ou ter um mau dia. Na verdade o que podemos fazer é seguir algumas referências que nos poderão ajudar na escolha de um profissional. Por vezes os pais idealizam o tipo de consulta que gostariam que o seu filho tivesse, no entanto isso nem sempre acontece, e os pais acabam por ficar frustrados. O pediatra nas consultas periódicas irá analisar o bebê para rastrear doenças raras e graves, consoante a idade do bebê. Este irá assegurar aos pais que o seu filho tem dois pulmões que funcionam, que o coração não faz ruídos estranhos, que não tem nada na barriga, ouve e vê bem, e que a sua inteligência é normal para a sua idade. O pediatra terá também como tarefa aconselhar os pais em termos de saúde, como posicionar o bebê para lhe dar mama, o que fazer após beber o leite, ou seja deverá prevenir acidente através de conselhos. Outro aspecto importante que um pediatra não pode descurar é conselhos sobre a alimentação do bebê, tentar garantir que o pequenino terá uma alimentação equilibrada, e que serão introduzidos os alimentos da altura certa na idade indicada.
Por vezes os pais esperam muito mais dos pediatras, como que roupa vestir ao bebê, a que horas lhe deve dar banho, ou a que horas deve passear o seu filho, mas os pediatras por vezes respondem a estas questões com base na sua experiência com os seus próprios filhos, pois no que respeita a economia doméstica, cozinha, ou até mesmo como criar os filhos será mesmo melhor perguntar aos avós, aos irmãos com filhos, aos amigos que tenham passado pela mesma experiência. No que diz respeito questões relacionadas com medicina será melhor dar ouvidos aos pediatras e médicos.
Alguns anos atrás os pediatras eram uma espécie de Deus a quem se devia obediência sem contestar, por vezes os pais saiam frustrados das consultas, sem alternativa senão seguir os conselhos do médico, no entanto e atualmente o relacionamento que se estabelece com os pediatras é outro, mais informal, estabelece-se uma boa relação entre médico e família, onde existe um respeito mutuo, sobretudo pelas diferentes filosofias de cuidados aos filhos que ambos respeitam.
No pediatra devesse valorizar a capacidade de escutar, compreender e respeitar os pais  para posteriormente poder explicar adequadamente alguns procedimentos que os pais deverão em relação aos filhos.
Como sabemos nós pais se o pediatra é competente e os seus diagnósticos estão corretos? No inicio não sabemos por experiência própria, contudo também antes de optar por um pediatra podemos: perguntar, pedir referências a pessoas com filhos; podemos questionar outras pessoas sobre as suas experiências; podemos ir a vários antes de tomar uma decisão definitiva, podemos falar com algumas mães sobre a sua opinião.
A visita médica é uma relação interpessoal que se cria e uns pais podem sentir-se incomodados com o pediatra que satisfaz perfeitamente outros pais. Mas não se esqueça que não é necessário concordar com tudo o que o pediatra diz, mas sim deverá existir um respeito mútuo que permita florescer um relacionamento sincero e acima de tudo proveitoso.
Por vezes algumas famílias fazem grandes esforços econômicos para pagar uma consulta no privado, pensando que o seu filho será melhor atendido, mas a qualidade da atenção não depende de quanto se paga, mas sim das qualidades do profissional e do tempo que este dispõe para analisar a criança ou o bebê. Portanto, quer no público ou no privado o que deverá ter em conta é sempre as qualidades do profissional, e tentar sempre encontrar excelentes profissionais quer num sitio ou noutro.
O mau profissional que existem muito pouco, por sorte, pode pensar no público por exemplo: para quê o esforço se me pagam sempre o mesmo. O mesmo acontece no privado poderá por exemplo multiplicar as consultas e os exames desnecessários por vezes para obter mais lucros.
Preocupe-se com as qualidades dos profissionais e o tempo que dispõe para analisar os seus filhos, preocupe-se com o grau se seriedade e honestidade. Informe-se com outras pessoas que já passaram por esta experiência. E não se esqueça que a relação que estabelecer com esse pediatra terá como objetivo
ser o máximo proveitosa possível, para o bem-estar geral dos seus filhos e o seu também.

Estimulação 6 - 9meses



 

ESTIMULANDO O DESENVOLVIMENTO DE SEU FILHO

 DE SEIS A NOVE MESES

 

    Por não possuir arquitetura neuronial fixa, a capacidade associativa do lactente não tem limites. A partir da exploração de um objeto, a criança pode associar livremente a ele atributos de outros objetos, animais ou pessoas, sem restrições preconcebidas, criando seus próprios conceitos.
    A associação livre é a primeira manifestação criativa do ser humano. Conhecida como imaginação, a atividade cerebral adquirida na primeira infância acompanha o indivíduo por toda a vida e é uma das facetas mais surpreendentes da inteligência humana.
    A mente infantil pode, por exemplo, associar a um objeto inanimado, como um boneco, atributos de ser humano e, em sua imaginação, o boneco passa a andar, falar, chorar, comer etc. O conceito do objeto passa a ser controlado e dominado pela criança e se transforma em brinquedo.
    A transformação do objeto em brinquedo é manifestação criativa associada a profundo prazer. O prazer é reforçado a cada atividade imaginária, a ponto de a criança buscar repetir a experiência gratificante, o que é de fundamental importância para a estruturação da arquitetura do cérebro. A partir desta fase, a criança vai precisar mais e mais do brinquedo como ferramenta para a elaboração criativa do seu universo imaginário e para a consolidação do seu próprio bem-estar.
    No campo da corporeidade, a criança começa a adquirir mais liberdade de movimento. Poderá permanecer sentada sem apoio, deitar, rolar e tentar seus primeiros deslocamentos. Algumas crianças conseguem viajar pela casa em seu andador e explorar o ambiente sob uma perspectiva fascinante. A atividade deve ser encorajada, pois dela depende o amadurecimento do sistema neuromotor para a estruturação da deambulação que será adquirida a seguir.

     Forneça brinquedos simples, coloridos e imaginativos

Evite os brinquedos complexos, que brincam sozinhos. A criança deve poder experimentar livremente o brinquedo. O jogar, o bater, o derrubar e o desmontar fazem parte da brincadeira e não devem ser proibidos.

     Não prenda a criança em cercados ou no berço

    Deixe-a no chão sob supervisão, com brinquedos ao redor, dentro e fora do seu alcance. Se você tiver espaço, coloque um colchão de casal ou algo semelhante no chão, para que o bebê possa brincar livremente, sem perigo de cair e se machucar. Coloque-o no andador ou, se ele conseguir, mantenha-o de pé, apoiado no sofá ou na mesa de centro, para que possa manipular os brinquedos.

     Aprimore o diálogo entre vocês

Preste atenção nas atitudes e gestos do bebê que tentam expressar-lhe os desejos. Se perceber o interesse dele por algum objeto ou brinquedo fora de alcance, ajude-o a atingir o objetivo e responda a todas as solicitações. A criança precisa do reforço da resposta como incentivo à estruturação da comunicação.

     Participe das brincadeiras

    Interesse-se pelas atividades da criança. Repita seus jogos e rituais. Divirta-se com ela. Somente mergulhando no universo mágico infantil é que conseguimos estruturar mecanismos bilaterais de comunicação e solidariedade.

Estimulação 4 - 6meses



 ESTIMULANDO O DESENVOLVIMENTO DE SEU FILHO

 DE QUATRO A SEIS MESES

    O período que se segue a partir dos quatro meses é crucial para a consolidação dos dois principais elementos que verdadeiramente definem a inteligência do homem e o distingue dos animais irracionais: a descoberta da manipulação e a estruturação da inteligência verbal.
    Neurologicamente, a inteligência é conceituada como capacidade associativa e, anatomicamente, depende das conexões entre as células cerebrais que se estabelecem nesta idade. A capacidade para associar estímulos provenientes de diferentes regiões do cérebro promove o desenvolvimento de áreas de integração, onde as informações são processadas com base nas experiências prévias em busca de padrões comparativos, seja para estruturar conhecimentos, seja para resolver problemas do cotidiano.
    A manipulação é atributo exclusivo do homem. É através dela que podemos não só avaliar tridimensionalmente os objetos, como também perceber a sua textura, peso e detalhes. Associando as informações táteis com as informações visuais e auditivas, o cérebro cria um conceito sobre o objeto manipulado. Surge, então, a experimentação, novas informações são adicionadas e o objeto se transforma em uma ferramenta com uma função. Ferramentas criam novos objetos que vão enriquecer ainda mais a experiência humana, cujo potencial ilimitado nos trouxe até as maravilhas da vida moderna.
    Para administrar a formação dos conceitos, o cérebro precisa associá-los a significados. Os significados são maneiras de simplificar e dinamizar o trabalho associativo, facilitando o raciocínio. Desta maneira, o atributo verbal relacionado ao objeto passa a representar mentalmente todos os outros atributos. Estrutura-se, então, a linguagem ou inteligência verbal, que, muito mais do que simples convenção idiomática ou meio de comunicação, é uma representação mental organizadora de todas as outras experiências de vida do indivíduo. A criança começa a se tornar um ser lingüístico, estruturando e programando neurolingüisticamente o raciocínio. A maneira de estimular e reforçar o processo é muito simples, mas de importância capital.

    Estimule a manipulação

Forneça ao bebê objetos fáceis de serem agarrados e que despertem a curiosidade, que sejam, de preferência, coloridos, que produzam sons agradáveis à manipulação e de diferentes tamanhos, formas e texturas. Comece com os objetos mais simples, com menos facetas a serem exploradas, e vá aumentando a complexidade paulatinamente. Deixe que a criança brinque com ele quanto tempo quiser.

    Associe significados

    Você vai notar que, durante os passeios, o bebê vai aumentar gradativamente o interesse pelo nome dos objetos. Preste atenção quando isto estiver acontecendo, aponte e repita o nome do objeto, até que a criança demonstre interesse por outra coisa. Ao mesmo tempo, ela vai demonstrar grande prazer pela brincadeira e começar a solicitá-la cada vez mais freqüentemente. A brincadeira de esconde-esconde também ajuda a fortalecer as associações. Mostre um objeto interessante, fale o nome devagar várias vezes, esconda o objeto e pergunte por ele. Isto vai estimular a criança a formar a imagem do objeto em sua mente, a partir do nome, ou seja, interpretar o significado das palavras. Atividades simples representadas por verbos também começam a ser compreendidas, como mamar, subir, descer, andar, e podem ser ensinadas ou representadas teatralmente.

    Fale de maneira correta

    Ao falar com a criança, evite simplificar o vocabulário. Fale frases completas, de maneira gramaticalmente correta, conjugando os verbos de forma adequada. A estruturação lingüística está consolidando-se neste período e os vícios de linguagem adquiridos agora podem ser difíceis de se corrigirem mais tarde.

    Escore a criança sentada

    A grande aquisição motora nesta fase é a postura sentada. Escore a criança sentada no chão com travesseiros, enquanto brinca com ela. Progressivamente, ela vai fortalecer a musculatura e adquirir coordenação motora para permanecer sentada sem apoio e começar a se deslocar pelo ambiente, preparando-se para nova etapa de vida.