Os 3 principais desafios na arte de cuidar de um prematuro
Texto elaborado por uma especialista no assunto, super objetivo e esclarecedor sobre o follow up (acompanhamento pós-alta) dos prematuros. São recomendações válidas de um profissional da área, mas lembrem de sempre consultar o pediatra do seu bebê antes de mais nada, ok?
“Os três desafios
principais do cuidado de um bebê prematuro são: a sobrevivência, a diminuição
de seqüelas imediatas e promover uma boa qualidade de vida no longo prazo.
A sobrevivência dos bebês
prematuros tem crescido muito, acompanhando os avanços tecnológicos na área
perinatal, com a melhora dos recursos diagnósticos, terapêuticos e de cuidados
hospitalares.
O prematuro não é um
recém-nascido deficiente, nem mesmo um feto. É um ser único, que funciona
adequadamente dentro dos limites de seu estágio de desenvolvimento, num
processo contínuo de interação e adaptação do organismo ao meio ambiente. Os
programas de estimulação dos quais os prematuros participam devem ser
oferecidos por profissionais experientes e no momento adequado.
A decisão e o planejamento
da alta hospitalar são baseados com relação à saúde do bebê e ao treinamento da
família. Ainda na UTI, os familiares devem ser bem orientados em relação a
vários aspectos: cuidados básicos, posicionamento antirrefluxo, vacinação,
alimentação e acompanhamento médico futuro (avaliação auditiva e visual,
hematológica, neurológica, etc).
O programa de follow up do
prematuro deve ser realizado por uma equipe multiprofissional experiente. O
objetivo principal desse programa é a monitorização do crescimento e do
desenvolvimento da criança. Dessa forma, pode-se identificar precocemente
situações de desvio da normalidade, o que permite uma intervenção precoce e de
maior resultado.
Profissionais que
compõe a equipe multidisciplinar:
– Pediatra Neonatologista
– Fonoaudióloga
– Fisioterapeuta
– Oftalmologista
– Terapeuta ocupacional
– Neurologista Pediátrico
– Nutricionista*
A primeira consulta com
pediatra deve ser realizada cerca de 1 semana após a alta hospitalar, de forma
a se avaliar a adaptação do prematuro ao lar. As próximas consultas são
marcadas a cada 15 dias no primeiro semestre e mensalmente do 7o ao 18o mês de
vida. Posteriormente, as consultas deverão ser anuais. O esquema de vacinação
do prematuro é um pouco diferente em relação a algumas vacinas, como por
exemplo no caso das vacinas contra hepatite B contra o vírus respiratório
sincicial. Para se avaliar o crescimento e o desenvolvimento neuromotor,
leva-se em conta a idade corrigida, ou seja, a idade contada após a criança atingir
a “40a semana de gestação”. As avaliações auditivas e oftalmológicas devem ser
realizadas logo após a alta e no final do primeiro e segundo anos de vida. O
treinamento de retirada de fraldas deve ser baseado na idade corrigida e não na
idade cronológica. Os bebês prematuros, principalmente aqueles que apresentaram
restrição do crescimento intrauterino, são mais propícios a desenvolverem
hérnia inguinal com indicação cirúrgica. O uso de complexo vitamínico e de
ferro são muito importantes para se prevenir anemia e deficiências vitamínicas.
Os prematuros não possuem reservas desses nutrientes por terem nascido antes do
tempo.
A assistência especial
requerida pelo prematuro não se limita à UTI. A alta é a primeira batalha
vencida. Assim, é fundamental que todo criança prematura seja acompanhada por
uma equipe multiprofissional adequada.”
Dra. Denise
Brasileiro, pediatra na Clínica Mon Petit, Minas Gerais
Fonte: http://prematuridade.com/
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