quinta-feira, 30 de outubro de 2014



 30 de outubro DIA DO REUMATISMO


Reumatologia Pediátrica 

A maioria das pessoas pensa que as doenças reumáticas são exclusividade da população adulta. De fato, muitas das condições ditas "reumáticas" são associadas a doenças degenerativas, como o desgaste de cartilagens, o enfraquecimento muscular e a perda de massa óssea. No entanto, existe um número grande de reumatismos que também pode afetar a população infantil. Essas doenças geram nas crianças sintomas semelhantes aos que afetam os adultos, como dor e rigidez nas articulações e, o que é pior, algumas doenças reumáticas podem gerar dano e limitação permanentes comprometendo o futuro do pequeno paciente.
Sabe-se que o paciente infantil responde de maneira diferente às drogas, está mais propenso a certas complicações e que precisa de apoio psicológico e cuidados de reabilitação especiais, necessitando de uma equipe familiarizada com essas particularidades e treinada para melhor atender essas demandas.
Várias doenças reumáticas são vistas na infância sendo as mais comuns a artrite crônica da infância, o lúpus eritematoso sistêmico, a dermatopolimiosite e as espondiloartropatias, que são doenças de caráter crônico, provocadas por distúrbios no sistema de defesa do organismo, ou sistema auto-imune. Esses casos precisam de avaliação do especialista e tem potencial para deixar seqüelas permanentes, mas se forem precocemente bem tratadas , possibilita-se à criança uma vida praticamente normal. Outros reumatismos desse tipo que também podem acometer a criança são as vasculites e, mais raramente, a esclerodermia.
A presença de bactérias nas articulações pode levar a uma forma grave de reumatismo que é a artrite séptica .
Infecções também estão relacionadas a uma outra forma de doença reumática, as artrites reativas, onde a apresentação clássica é um tipo de reumatismo muito conhecido e, até pouco tempo atrás, freqüente em nosso meio: a febre reumática. O surgimento dos antibióticos e a melhoria nas condições gerais de vida da população mundial reduziram drasticamente o número de crianças afetadas por esse mal.
Com maior freqüência, manifestam-se nessa fase sintomas envolvendo o aparelho músculo esquelético. Nesse grupo encontram-se as famosas dores do crescimento e também dores decorrentes de defeitos ortopédicos e de má postura, muito comuns no consultório do reumatologista pediátrico.
Como dito anteriormente, a identificação precoce de doenças reumáticas na infância é fundamental para evitar seqüelas permanentes, por isso deve-se levar a criança para avaliação ao verificar a presença de certos sintomas ou sinais, que podem ser:
 

Dor articular ou dor nas costas referidas de modo mais persistente

Articulação acometida de aspecto alterado: presença de inchaço, calor e vermelhidão no local

Dor persistente ao longo dos membros superiores ou inferiores

Presença de febre por mais de três semanas

Presença de perda de peso e atraso no crescimento

Presença de prostração e cansaço, modificando o padrão normal de atividades da criança

Presença de fraqueza muscular

Presença de depressão

Presença de queixas visuais

Presença de limitação funcional, ou seja, a criança começa a mostrar incapacidade para tarefas do dia a dia que antes eram executados com facilidade, necessita de auxílio dos adultos, fica dependente da ajuda dos outros e restringe suas atividades. Por exemplo, necessita de auxílio para sair da cama pela manhã, para vestir-se, para subir/ descer escadas
Na presença dessas queixas, recomenda-se visitar o pediatra o mais rápido possível , evitando adiar a consulta. Evitar usar medicamentos por conta própria ou "simpatias" e remédios caseiros. Nessa oportunidade, será avaliada a necessidade de acompanhamento especializado, conforme a situação.

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Displasia broncopulmonar


A displasia broncopulmonar é a lesão pulmonar causada pelo respirador artificial.
As crianças que permanecem ligadas a um respirador artificial durante muito tempo, habitualmente mais de uma semana, podem desenvolver uma displasia broncopulmonar. Esta doença observa-se com mais frequência nas crianças prematuras. Para prevenir esta afecção, o respirador artificial só deve utilizar-se quando seja absolutamente necessário e durante o menor tempo possível.
A lesão provavelmente produz-se como consequência de os espaços aéreos sofrerem um estiramento exagerado por causa da alta pressão requerida para encher os pulmões e pela alta concentração de oxigênio fornecido. Estes fatores podem causar uma inflamação dos pulmões. Depois de várias semanas de inflamação, desenvolvem-se áreas com cicatrizes.
O tratamento consiste em retirar o respirador artificial de forma progressiva. Uma boa nutrição é essencial para curar os pulmões e favorecer o crescimento do novo tecido pulmonar saudável. A restrição do consumo de líquidos pode ser benéfica devido a que estes tendem a acumular-se nos pulmões inflamados; também pode ajudar o uso de diuréticos com o fim de aumentar a eliminação de líquido do corpo.
Em raras ocasiões, as crianças com displasia broncopulmonar morrem inclusive depois de vários meses de tratamento. Nas que sobrevivem, os problemas respiratórios diminuem gradualmente. No entanto, estas crianças correm um grande risco de contrair pneumonia, especialmente viral, durante os primeiros anos de vida.
FONTE: Manual Merck

Taquipneia transitória





A taquipneia transitória (respiração rápida transitória, síndrome neonatal do pulmão úmido) é uma situação transitória de distress respiratório e baixos valores de oxigênio no sangue, que não é tão grave como a síndrome de distress respiratório.
Em geral, o líquido dos pulmões do feto absorve-se rapidamente depois do nascimento. A taquipneia transitória deriva de uma absorção tardia do mesmo. As crianças com taquipneia transitória nascem no termo ou quase e geralmente por cesariana. Pouco depois do parto, o bebé começa a respirar rapidamente, emite grunhidos e contrai a parede torácica ao inalar. A pele da criança pode tornar-se azulada (cianótica) por falta de oxigênio no sangue. Na radiografia do tórax observa-se líquido nos pulmões.
O oxigênio costuma ser o único tratamento necessário, embora algumas crianças possam requerer pressão respiratória positiva contínua (respiração contra uma pressão que provém de uns tubos introduzidos nos orifícios nasais) ou a assistência de um respirador artificial. A maioria das crianças recupera completamente num prazo de 1 a 3 dias quando o líquido pulmonar foi absorvido.

Campanha de Vacinação 2014


Para manter a erradicação da poliomielite e garantir a eliminação do sarampo no Brasil, o Ministério da Saúde lança nesta quinta-feira (28) a Campanha Nacional de Vacinação, que terá início no dia 8 de novembro. A expectativa do Ministério da Saúde é de que mais de 11 milhões de crianças sejam vacinadas até o dia 28 de novembro. Neste ano, o Dia D de Mobilização Nacional será realizado em dois momentos: no primeiro dia da campanha, 8 de novembro, e no dia 22.  A meta é atingir a cobertura vacinal de 95% do público-alvo.
A vacinação contra a poliomielite – responsável pela paralisia infantil – terá como população-alvo  crianças de seis meses até menores de cinco anos. A expectativa é vacinar mais de 12,7 milhões de crianças em todo o país. O Ministério da Saúde distribuirá cerca de 17,8 milhões de doses da vacina oral poliomielite (VOP) – vacina em gotas – que será utilizada prioritariamente. No entanto, é recomendada às Coordenações Estaduais de Imunizações a disponibilização da vacina inativada poliomielite (VIP), que é injetável, para as crianças acima de seis meses que estão com esquema vacinal atrasado.

Já a vacina tríplice viral, destinada à vacinação contra sarampo, caxumba e rubéola, será aplicada em crianças de um ano a menores de cinco anos. A estimativa é promover a vacinação de 10,9 milhões de crianças. O Ministério da Saúde distribuirá cerca de 12,5 milhões de doses da vacina. A campanha de seguimento contra o sarampo será realizada em todos estados e no Distrito Federal. No estado do Ceará e em alguns municípios de Pernambuco a vacinação foi antecipada para interromper a cadeia de transmissão do vírus devido ao registro de casos da doença em 2013 e 2014.

A vacina oral poliomielite (VOP) é segura e são raras as reações associadas ao seu uso nas duas primeiras doses do esquema básico. Com a introdução da vacina inativada poliomielite (VIP) em 2012 substituindo estas duas primeiras doses, o risco é considerado baixíssimo. Quanto à vacina tríplice viral, são poucas as reações como febre ou dor no local da administração, sendo geralmente bem toleradas.

Para a realização da campanha, estarão disponíveis mais de 100 mil postos espalhados por todo o país, 350 mil profissionais de saúde e 42 mil veículos (terrestres, marítimos e fluviais). Para que sejam cumpridas todas as fases da imunização, as vacinas contra a poliomielite, o sarampo, rubéola e caxumba continuam disponíveis durante todo o ano nos postos de saúde do Sistema Único de Saúde.

POLIOMIELITE NO BRASIL - O Brasil está livre da poliomielite desde 1990. Desde então, não houve novos casos registrados e, em 1994, o país recebeu da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) a Certificação de Área Livre de Circulação do Poliovírus Selvagem em seu território.

A continuidade das campanhas de vacinação é fundamental para evitar a reintrodução da doença no país, uma vez que dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) demonstram que entre 2013 e 2014, 10 países registraram casos da doença e três deles são considerados endêmicos (Paquistão, Nigéria e Afeganistão).

A poliomielite é uma doença infectocontagiosa grave. Na maioria dos casos, a criança não vai a óbito quando infectada, mas adquire sérias lesões que afetam o sistema nervoso, provocando paralisia irreversível, principalmente nos membros inferiores. A doença é causada pelo poliovírus e a infecção se dá, principalmente, por via oral.

SARAMPO - Os últimos casos de contágio autóctone de sarampo no Brasil ocorreram em 2000 e, desde então, os casos registrados foram importados ou relacionados à importação. Em 2013 e 2014, foram registrados casos importados no país, com concentração em Pernambuco e Ceará. No mundo, em 2014, foram registrados 160 mil casos da doença e com o fluxo de turismo e comércio entre os países o risco de contaminação se eleva.

O sarampo é uma doença viral aguda grave e altamente contagiosa. Os sintomas mais comuns são febre alta, tosse, manchas avermelhadas, coriza e conjuntivite. A transmissão ocorre de pessoa a pessoa, por meio de secreções expelidas pelo doente ao tossir, falar ou respirar. As complicações infecciosas contribuem para a gravidade do sarampo, particularmente em crianças desnutridas e menores de um ano de idade. A única forma de prevenção é por meio da vacina.

CAMPANHA- A campanha publicitária que começara a ser veiculada na primeira semana de novembro trará o personagem Zé Gotinha com referências de personagens conhecidos do público infantil como a Peppa Pig e os Minions, além de se inspirar também nos mangás, histórias em quadrinhos de origem japonesa. A campanha será veiculada em rádio, televisão, internet, cartazes e também em Digital Out Of Home (DOOH - vídeos utilizados em elevadores, aeroportos e ônibus).

O Ministério da Saúde acaba de atualizar o aplicativo Vacinação em Dia para tablets e smartphones lançado em 2013. A ferramenta é uma forma fácil, moderna e ágil de acompanhar o calendário vacinal. Na nova versão estão disponíveis todas as vacinas ofertadas pelo SUS e o usuário poderá cadastrar até 10 carteiras de vacinação. A partir da inserção da primeira vacina no calendário, o aplicativo calcula quando o usuário deve comparecer novamente para uma nova imunização e envia um lembrete por mensagem. A atualização no Android, versão 2.2.3 ou superior, já está disponível no Google Play e no IOS, versão 7 ou superior, a partir de novembro.
Por Camila Bogaz, da Agência Saúde

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Alergia ao leite de vaca (APLV) e Intolerancia a lactose





Proteína do Leite de Vaca e intolerância à lactose são diferentes

Intolerância à lactose é a dificuldade do intestino de digerir a lactose, que é um açúcar do leite e que não provoca alergia. Embora os sintomas possam ser parecidos, é importante saber diferenciar a alergia da intolerância, pois os tratamentos são diferentes.

Alergia à proteína do leite de vaca (APLV)
O que é?
Reação alérgica à(s) proteína(s) do leite de vaca
Em que idade é mais comum?
Muito mais comum em crianças, especialmente em bebês. Adultos raramente têm alergia à proteína do leite de vaca.
Quais os sinais e sintomas?
Um ou mais dos seguintes sintomas: vômitos, cólicas, diarréia, dor abdominal, prisão de ventre, presença de sangue nas fezes, dermatites (vermelhidão na pele, descamação, pequenas bolhas e “pele grossa”), problemas respiratórios (asma, chiado no peito e rinite) e emagrecimento. Podem ocorrer em minutos, horas ou dias após a ingestão de leite de vaca ou derivados, de forma persistente ou repetitiva.
Como é feito o diagnóstico?
Pelo médico, por meio da observação dos sintomas. Alguns exames podem ajudar, mas o diagnóstico é confirmado apenas pelo “teste de desencadeamento”, que consiste na observação da reação do paciente à retirada do leite de vaca e derivados com posterior reintrodução desses alimentos.
A mãe pode continuar amamentando o filho no peito?
SIM, e DEVE. Neste caso, a mãe que amamentar deve seguir uma dieta especial, sem leite de vaca e derivados, sempre sob a orientação de um médico ou nutricionista.
Se o bebê não estiver mais mamando no peito, é preciso que ele siga alguma dieta especial?
SIM. É necessária a exclusão completa do leite de vaca e seus derivados, além de todos os alimentos preparados com leite. ATENÇÃO aos alimentos industrializados, que podem conter leite ou ingredientes derivados (como, por exemplo, caseína, caseinato, soro do leite  ou proteínas do soro).
É preciso dar algum leite ou fórmula especial?
SIM, apenas para os bebês que não estiverem sendo amamentados. O médico irá indicar uma dieta especialmente desenvolvida para alergia alimentar.
ATENÇÃO – leite de cabra ou de outros mamíferos (ovelha, búfala) também podem causar reações alérgicas e não são indicados para APLV.
O bebê voltará a ter uma vida normal?
Metade das crianças com alergia à proteína do leite de vaca melhora por volta de 1 ano de idade. A maioria (90%) está curada ao completar 3 anos. São poucas as pessoas que continuam alérgicas por toda a vida.

Intolerância à lactose
O que é?
Dificuldade do organismo para digerir e absorver o açúcar do leite (lactose)
Em que idade é mais comum?
É mais comum em adultos do que em crianças. Com o avançar da idade, existe uma tendência natural ao desenvolvimento da intolerância à lactose.
Quais os sinais e sintomas?
Diarréia, cólicas, distensão abdominal (barriga estufada) e náuseas são os mais comuns e podem ocorrer em minutos ou horas após a ingestão do leite de vaca.
Como é feito o diagnóstico?
Pelo médico, por meio da observação dos sintomas. Em alguns casos são solicitados exames específicos.
A mãe pode continuar amamentando o filho no peito?
SIM. O leite materno deve ser sempre o principal alimento oferecido ao bebê. É muito raro ocorrer intolerância à lactose durante o aleitamento materno.
Se o bebê não estiver mais mamando no peito, é preciso que ele siga alguma dieta especial?
SIM, quantidades pequenas de leite de vaca e seus derivados geralmente são toleradas, sendo permitido o consumo de alimentos que contenham um pouco de leite, como bolachas, bolos, entre outros.
É preciso dar algum leite ou fórmula especial?
SIM, apenas para os bebês que não estiverem sendo amamentados. Para crianças até 1 ano, utilizar fórmulas especiais isentas de lactose. Acima de 1 ano, produtos com baixo teor de lactose são bem tolerados.
O bebê voltará a ter uma vida normal?
A maioria das pessoas continua com intolerância à lactose por toda a vida. Mas, se o bebê tiver intolerância à lactose provocada por uma diarréia prolongada, talvez melhore após algum tempo e, então, poderá voltar a consumir leite de vaca.


Alergia ao leite de vaca
Departamento de Alergia e Imunologia da SBP


1- A alergia à proteína do leite de vaca pode manifestar-se através de lesões na pele com coceira (urticária), diarreia, vômitos e menos frequentemente por sintomas respiratórios como chiado no peito e espirros.
2- Em torno de 1 em cada 20 lactentes tem alergia ao leite de vaca, sendo que o risco desta doença aumenta em até 40% quando um familiar de primeiro grau (pai ou irmão) são alérgicos.
3- Grande parte dos casos de alergia ao leite de vaca ocorre no primeiro ano de vida, a tolerância a este alimento é muito variável, depende principalmente da herança genética.
4- É uma das poucas alergias onde pode ocorrer a remissão completa do quadro, e desta forma a maioria dos alérgicos ao leite adquirem tolerância a este alimento e seus derivados.
5- Qualquer alimento pode causar alergia, mas um grupo reduzido é responsável por 90% dessas reações nos primeiros anos de vida, entre estes o mais frequente é o leite de vaca.
6- A alergia à proteína do leite de vaca não deve ser confundida com a intolerância ao açúcar presente no leite (lactose), porque são mecanismos bem diferentes. As manifestações da alergia ocorrem geralmente após introdução do leite de vaca, os sintomas na pele representam as principais manifestações, podendo estar associados sintomas gastrointestinais ou respiratórios. No caso da intolerância à lactose, ocorre uma diminuição intestinal da enzima que atua sobre o açúcar do leite (lactase), comum nos bebês com diarreia grave. Esta intolerância é transitória. Melhorando o quadro gastrointestinal, a quantidade da enzima volta ao normal e a criança volta a tolerar o leite.
7- Na alergia ao leite de vaca as manifestações ocorrem mesmo quando a ingestão é em quantidade mínima.
8- Para realizar o diagnóstico de alergia à proteína do leite de vaca, a história relatada pelos pais é fundamental e orienta a realização de exames complementares que auxiliam no diagnóstico.
9- Na coleta de dados devemos ter informação sobre a lista de alimentos suspeitos, via de exposição (oral, inalatória), intervalo entre a exposição e o aparecimento dos sintomas, duração e especificação destes sintomas, resposta do paciente a tratamentos utilizados e reprodução do quadro alérgico sempre que houver ingestão ou inalação do alimento.
10- Os exames para investigar alergia ao leite de vaca por mecanismo que utiliza anticorpos IgE, podem ser realizados de duas formas. Os testes alérgicos realizados na pele verificam a sensibilização às várias proteínas do leite através da reação na pele do paciente. Os exames realizados retirando o sangue do paciente e verificando os anticorpos IgE específicos no laboratório têm como maior vantagem a segurança, pois os testes na pele podem levar a reações alérgicas, embora isto seja muito raro de ocorrer. As duas modalidades de testes são válidas, o pediatra especialista irá decidir qual deles é mais indicado para cada caso.
11- Alguns pacientes apresentam positividade nos exames, mas quando ingerem o alimento não apresentam reação alérgica. Portanto somente os resultados positivos dos exames não são suficientes para fazer o diagnóstico. O resultado negativo do teste, na grande parte dos casos, afasta a suspeita da alergia ao leite.
12- Os testes realizados em laboratório para determinar a sensibilização às proteínas do leite de vaca também não definem o diagnóstico. A presença isolada dos anticorpos IgE específicos, sem correlação com os sintomas, indica apenas sensibilização mas não podemos afirmar que o leite de vaca seja responsável pela reação alérgica.
13- O diagnóstico da alergia ao leite de vaca não pode ser realizado apenas com exames laboratoriais.
14- O único tratamento para alergia à proteína do leite de vaca é a restrição da ingestão do leite de vaca e seus derivados.
15- As crianças menores precisam um alimento adequado que substitua o leite de vaca e que ofereça quantidades adequadas de nutrientes nesta fase importante do desenvolvimento e o crescimento.
16- A proteína do leite de vaca e a de cabra tem muita semelhança, podendo ter 80% de proteínas similares. Portanto a grande maioria dos casos que é alérgico ao leite de vaca também será ao leite de cabra.
17- Nos primeiros seis meses de vida e quando ocorre inflamação intestinal não está recomendada a utilização de fórmulas a base de proteína de soja. Em torno de 30% dos alérgicos ao leite de vaca desenvolve alergia à soja.
18- Portanto o tratamento deve ser realizado com fórmulas hipoalergênicas (extensamente hidrolisadas). Nestas fórmulas, as proteínas do leite estão fracionadas em 90%, diminuindo as possibilidades de causar alergia. Nos casos mais graves necessitamos utilizar fórmulas não alergênicas (estas não contém proteínas intactas, mas somente aminoácidos), desta forma evitamos quaisquer reações alérgicas.
19- Orientações para os familiares devem incluir informação sobre os derivados do leite, leitura detalhada de rótulos dos produtos industrializados, ingredientes que podem conter leite de vaca (alfacaseína, betacaseína, caseinato, alfalactoalbumina, hidrolisados, betalactoglobulina, aroma de queijo, lactulose, lactose presente em medicamentos).
20- O aleitamento materno exclusivo, por pelo menos quatro meses, quando comparado às fórmulas habituais, diminui a incidência de alergia ao leite de vaca nos dois primeiros anos de vida. Não existem justificativas de que a dieta de restrição da mãe, na gestação e na amamentação, possa prevenir o surgimento de alergias alimentares. A restrição do leite materno somente será considerada se houver reações comprovadamente alérgicas no lactente que estiver sendo amamentado.


Veja as dúvidas mais frequentes


·         Existe algum remédio para tratar alergia ao leite de vaca?
  O tratamento da alergia ao leite de vaca é a exclusão do leite, derivados e todos os alimentos que contêm leite da dieta. Às vezes, o médico pode prescrever alguns medicamentos para diminuir os sintomas, mas eles não garantem a cura da alergia.

·         Qual é a diferença intolerância a lactose e Alergia à proteína do leite de vaca (APLV)?
 A APLV ocorre em bebês e organismo reage às proteínas do leite como se fosse uma substância estranha, causando sintomas de pele (vermelhidão, coceira, empipocamento), gástricos e intestinais (diarreia com sangue ou não, vômito, cólicas intensas), respiratórios (asma, rinite, chiado no peito) e até anafilaxia (coceira no corpo, fechamento da garganta e dificuldade de respirar). Qualquer quantidade desta proteína do leite é suficiente para desencadear os sintomas, portanto é necessário retirar da dieta o leite, seus derivados e todos os alimentos preparados com leite (bolos, tortas, biscoitos, etc.). Entretanto, na intolerância à lactose há a falta ou diminuição na produção de lactase, enzima que digere a lactose (açúcar do leite). Ela é comum em pessoas com inflamação do intestino, após um quadro de diarréia forte, ou em pessoas que fizeram alguma cirurgia no trato digestório (esôfago, estômago e intestino) e em idosos. Neste caso os sintomas apresentados são apenas gastrintestinais como: diarreia, cólica, gazes e distensão abdominal (empachamento). A pessoa jamais manifestará sintomas de pele, nem respiratórios, como ocorrem nos processos alérgicos, pois o sistema imunológico (de defesa) não é envolvido. A intolerância à lactose é dose dependente, ou seja, o aparecimento dos sintomas depende da quantidade de lactose ingerida e a quantidade tolerada varia de pessoa para pessoa. De uma maneira geral, não é tolerado o leite, que pode ser substituído pelo leite de baixa lactose ou bebida à base de soja. Os derivados (iogurte e queijo) e preparações com leite, por terem um menor teor de lactose, são normalmente bem tolerados.  

·         Como deve ser a alimentação de quem amamenta um bebê com alergia ao leite de vaca?
 A mãe deverá seguir a dieta como o bebê, retirando o leite, derivados de leite e todos os alimentos preparados com leite da alimentação.

·         Qual a prevalência da Alergia Alimentar?
 A alergia alimentar é mais comum em crianças. Estima-se que a prevalência seja aproximadamente de 6% em menores de três anos e de 3,5% em adultos, mas estes números estão aumentando.

·         É muito comum a alergia às proteínas do leite?
 A alergia ao leite de vaca tem se tornado comum entre as crianças. Algumas pessoas dizem que antes não era uma doença comum. Na verdade, a alergia ao leite sempre existiu o que não tínhamos era conhecimento suficiente sobre o assunto e ela não era diagnosticada. Atualmente, com o avanço da medicina, ela já é diagnosticada e tratada.

·         O que fazer caso ocorra a ingestão acidental do alimento?
 Se a criança passar mal após a ingestão acidental do alimento, e os sintomas não melhorarem em seguida, os pais deverão levar a criança ao pronto socorro mais perto de casa, avisar que ela é alérgica ao leite e que consumiu o alimento sem querer. O responsável pela criança deverá avisar ao médico e ao nutricionista da criança que houve a ingestão do alimento, mesmo que em pequenas quantidades.

·           Posso substituir o leite de vaca, pelo leite de Búfala, cabra, ou de outros animais?
Não, pois a proteína do leite de cabra e de búfala são idênticas às proteínas do leite de vaca e causarão as mesmas reações.

·         Qual o substituto do leite para crianças com intolerância á lactose?
 Crianças com intolerância à lactose podem usar fórmulas ou leite de baixa lactose ou à base de soja.  Mas é válido ressaltar que a intolerância à lactose é diferente da alergia ao leite de vaca e o tratamento é diferente.
 
Dicas rápidas para quem amamenta um bebê com alergia ao leite de vaca

·          Você deverá retirar da sua dieta o leite, derivados e alimentos preparados com estes.
·         Se o seu médico liberou o consumo de soja, você poderá usar as bebidas originais à base de soja ou isolados protéicos de soja em pó suplementados com cálcio. Estas bebidas também poderão ser usadas nas preparações no lugar do leite. Agora, se ele não liberou a soja, você deverá tomar algum suplemento de cálcio diariamente.
·         Você pode comer tudo que não tenha leite: arroz, feijão, carnes, macarrão com molho vermelho, legumes, verduras, frutas, pães, bolos e biscoitos sem leite. 

·         Quem tem alergia ao leite de vaca, pode consumir produtos que contém “traços de leite”?
Não, pois não temos como mensurar se há a presença de traços de leite nos alimentos, a quantidade específica de traços e nem saber o quanto realmente a criança toleraria. Por esta razão, quando a risco ou a descrição no rotulo que o alimento contem traços de leite, ele deverá ser retirado da dieta.

Um bebe que tem alergia ao leite de vaca, pode  desenvolver alergia a Carne de Vaca?

Existe um risco de reação cruzada da proteína do leite com a carne de vaca, mas é muito pequeno. Antigamente retirava-se a carne de vaca da dieta de crianças alérgicas ao leite por precaução. Mas como é muito pequeno o número de crianças que desenvolvem alergia à carne observou-se que esta exclusão não é necessária, exceto quando confirmado que a criança realmente é alérgica e apresenta reações ao ingerir a carne. Retirar a carne sem necessidade confirmada só deixará a dieta ainda mais restrita em proteínas, além de acarretar deficiência de outros nutrientes como: ferro, zinco e vitamina B12. 



A importância do Aleitamento Materno
Departamento de Aleitamento Materno da SBP

O leite materno é o alimento ideal para o seu bebê. Ele supre todas as necessidades nutricionais até os 6 meses de idade e protege a criança da desnutrição. Não existe leite materno “fraco” ou “aguado”.
O bebê deve mamar logo após o nascimento. O leite dos primeiros dias após o parto é chamado de colostro e oferece grande proteção contra infecções. Dizemos que o colostro é a “primeira vacina” do bebê.
A composição do leite materno fornece a água necessária para manter o seu filho hidratado, mesmo em temperaturas ambientais elevadas, está sempre fresco, encontra-se na temperatura certa e pronto para beber. Sua composição nutricional balanceada contribui para o crescimento e desenvolvimento adequado do seu filho.

Veja algumas vantagens de amamentar:

• A criança amamentada ao seio estará protegida contra alergia e infecções, fortalecendo-se com os anticorpos da mãe e evitando problemas como diarreias, pneumonias, otites e meningites.
• A amamentação é mais prática, mais econômica, e evita o risco de contaminação no preparo de outros leites.
• A amamentação favorece o desenvolvimento dos ossos e fortalece os músculos da face, facilitando o desenvolvimento da fala, regulando a respiração e prevenindo problemas na dentição.
• O aleitamento materno cria um vínculo entre a mãe e o bebê, proporcionando maior união entre eles. As crianças amamentadas são mais tranquilas, inteligentes e mais felizes.
• A mãe que amamenta volta mais rapidamente ao seu peso normal. Reduzem-se os riscos de ter diabetes e infarto cardíaco.
• A amamentação ajuda a reduzir a hemorragia após o parto e previne o câncer de mama e de ovário.
• A mãe, ao oferecer o seio ao seu filho, transmite segurança, prazer e conforto. Ocorre liberação de hormônios – as endorfinas que aumentam a sensação de prazer e felicidade para a mãe que amamenta. Além disso, melhora sua autoestima, ela sabe que o seu bebê está saudável porque está recebendo o alimento ideal: o seu leite!
O ato de amamentar é muito mais que oferecer nutrientes, é oferecer amor.



Como prosseguir amamentando ao voltar ao trabalho
Como prosseguir amamentando ao voltar ao trabalho
Membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da SBP


Você já sabe que é fundamental para a saúde de seu bebê alimentá-lo exclusivamente no seio até os seis meses, e garantir que ele possa prosseguir mamando até pelo menos os dois anos. Mas como fazer isso se é preciso voltar ao trabalho?
É possível conciliar amamentação e trabalho. É possível, sim, levar adiante a carreira e ainda oferecer o melhor alimento ao seu filho.
A primeira medida é usufruir de toda a licença maternidade. Outra possibilidade é negociar para fazer parte do trabalho em casa, ou então assumir o trabalho em meio período. Algumas empresas também dão permissão para levar o bebê para o trabalho, principalmente as empresas que dispõem de creche. Outra possibilidade é negociar um horário mais flexível, a ser compensado futuramente, em períodos de férias.
Caso nenhuma destas opções seja possível, a melhor estratégia é usufruir o direito de dois descansos por dia, de meia hora cada um, para amamentar seu filho. Assim, além do intervalo do almoço, você terá um momento na metade da manhã e outro no meio da tarde. Caso você more longe do trabalho, pense na possibilidade da pessoa que cuida do bebê levá-lo até você.
Existe ainda a possibilidade de prorrogação da licença-maternidade por 60 dias, permitida às servidoras públicas e às funcionárias de empresas que aderirem ao programa “Empresa Cidadã”. Informe-se antecipadamente no seu trabalho.
 
A importância de tirar o leite

Sempre que o seio estiver cheio e não existir a possibilidade de oferecê-lo ao seu filho, você deve retirar o leite preferencialmente de forma manual. Ao esvaziar as mamas, você estará estimulando a produção de leite.
Caso no seu local de trabalho exista uma sala de apoio à amamentação e você puder fazer isso com os cuidados higiênicos necessários, pode guardar o leite no congelador para depois oferecer ao bebê. 

Algumas dicas para amamentar e trabalhar sem culpa!

• Tirar a licença o mais próximo possível da data prevista para o parto.
• Acumular férias para somar aos quatro ou seis meses de licença-maternidade previstos em lei.
• Fazer um estoque de leite materno, começando a colhê-lo 15 dias antes do retorno ao trabalho. Isto garantirá que haja volume suficiente e não haja desperdício.
• Aproveitar os períodos que estiver em casa para amamentar com frequência, inclusive à noite.


Aleitamento materno e vacinas
Departamento de Infectologia da SBP
O aleitamento materno e a vacinação são duas importantes armas
de proteção para as crianças e devem ser utilizadas conjuntamente

O bebê que se alimenta exclusivamente de leite materno até os seis meses de vida está protegido contra diversas doenças. No entanto, o aleitamento materno sozinho não é suficiente para protegê-lo contra todas as doenças. Por isso, a importância da vacinação. Porém, se seu bebê mama no peito, ele vai responder mais rapidamente ao efeito das vacinas, produzindo anticorpos.
Todas as crianças devem receber as mesmas vacinas, independente de serem ou não alimentadas com leite materno. A proteção transmitida pelo leite materno é diferente daquela produzida pelas vacinas.
A amamentação protege o bebê transferindo fatores imunológicos da mãe. Entre as doenças prevenidas pela amamentação estão as infecções gastrointestinais bacterianas. Além disso, o leite materno também diminui a agressividade do agente infeccioso. Já a vacina leva o bebê a criar anticorpos contra o agente imunizante presente na vacina. Ou seja, cada vacina age contra uma doença especifica. Por isso, as duas formas de proteção devem ocorrer conjuntamente.

O Aleitamento Materno pode transmitir alguma infecção?

Sim, pode. O HIV é um exemplo. Por isso, toda gestante deve fazer teste de HIV durante o pré-natal.
O vírus da Hepatite B também pode ser transmitido pelo leite materno. Como prevenção, todos os lactentes devem ser imunizados contra Hepatite B ainda na maternidade. Caso a mãe seja portadora de Hepatite B, o bebê deve receber a vacina e também a Imunoglobulina para Hepatite B.
A Febre amarela também apresenta risco de transmissão pelo leite materno caso a mãe receba a vacina durante o período de aleitamento. Por isso, caso deva receber a vacina, recomenda-se que a mãe aguarde o fim do aleitamento.

O aleitamento pode interferir nas vacinas orais - como poliomielite e rotavírus?

Não há interferência do aleitamento materno na imunogenicidade de nenhuma das duas vacinas. As mesmas devem ser fornecidas para todas as crianças, independente do aleitamento materno.
A vacina de Rotavírus protege contra a infecção gastrointestinal provocada pelos cinco tipos deste vírus. Mesmo não conferindo total proteção para os casos de diarreia, ela protege contra as formas mais graves da doença.
O aleitamento materno, sozinho, não é suficiente para proteger contra a infecção pelo Rotavírus. Por isso, é importante a vacinação como forma de melhor proteger o bebê contra infecções gastrointestinais.