A importância do TOQUE para o bebê
Todos os pais sabem como tocar nos seus filhos, sejam pequeninos ou
recém-nascidos robustos, o ambiente da unidade, a situação clínica e a
parafernália de tubos e fios podem dificultar a expressão de carinho, atenção,
disponibilidade e amor. Para muitos pais são obstáculos perfeitamente
supérfluos quando o que importa é oferecer amor, sentir e dar a entender ao
bebê que estão presentes e que os amam acima de qualquer coisa. Para outros há
que reinventar o tocar num enquadramento que nunca esperavam encontrar entre si
e o seu bebê.
O tato é o primeiro sistema sensorial a estar
maduro durante a gestação constituindo a primeira ponte entre o embrião e o
meio envolvente. Quando um bebê nasce, e para os prematuros também, é através
dele que recebem as primeiras informações do mundo extra-uterino. A
pele funciona como um interface importante com o mundo exterior recolhendo
sensações positivas e negativas. Mesmo a dormir o cérebro recebe informações
permanentes através da pele como sensações de frio, quente, dor, conforto,
desconforto, amor e afeto, bem como a separação e a solidão. Podemos relaxar ou
sentir a presença de quem nos toca.
É importante que desde cedo o bebê possa ter
experiências positivas táteis.
O toque deve ser introduzido gradualmente de forma
gentil e respeitando os sinais do bebê. Os pais devem transmitir tranquilidade
relaxando por uns momentos em silêncio junto da incubadora: aqueça as mãos e
respire fundo várias vezes. Depois pode pousar suavemente as mãos em concha
envolvendo e abraçando o corpo do bebé, uma no tronco ou pernas, e a outra na
cabeça. Observe a reação do bebê, e sinta-o a relaxar debaixo das suas mãos.
Depois as mãos podem alternar outras zonas do corpo deixando sempre espaço para
que o bebê relaxe. Durante algum tempo este pousar das mãos pode ser o único
toque que o bebê permite (isto é que não sinta como desconfortável ou recuse).
Tranquilize o bebê associando a voz, acalmando-o, dizendo que estará sempre com
ele e que está ali para o ajudar, que em breve tudo passará e irão para casa.
Ter em atenção que existem áreas do seu corpo em que o bebê poderá ser mais
sensível e rejeitar o toque, sobretudo áreas onde sofreu dor e desconforto: o
peito onde são usualmente colados os sensores para monitorização da função
cardíaca, os braços ou pernas onde muitas vezes são colhidas amostras de sangue
e colocados os soros, ou a cara onde são colados tubos e sondas. Estas áreas
podem necessitar de mais tempo, mais atenção e mais gentileza. O pousar das
mãos pode, mesmo gentil, desencadear reações de afastamento. Respire fundo e
diga-lhe que sabe que houve momentos de grande dor mas que ele é forte e juntos
vão ultrapassar estes momentos. Relaxe, aqueça as mãos e aproxime-as do seu
corpo em forma de concha, ou da área mais sensível, sem tocar e aguarde,
transmita apenas o seu calor, paz e amor. Depois pouse gentilmente as mãos e
envolva o membro ou a área, sem qualquer outro estímulo (sem falar). Pode
balançar suavemente o peito ou tronco ritmadamente de um lado para o outro, em
movimentos de pouca amplitude e sinta-o a relaxar. Envolva individualmente uma
perna ou um braço nas mãos e oscile para cima e para baixo. São movimentos de
relaxamento, suaves com o ritmo do bater do seu coração e ajudam a aliviar
tensões, dor ou desconforto em zonas muito manipuladas ou picadas, ou onde
foram retirados adesivos. Muitas vezes, durante os procedimentos, é suficiente
colocar uma mão em concha envolvendo a sua cabecinha e oferecer um dedo para
que o bebê agarre, se sinta mais confortável, apoiado e seguro.
Sempre que quiser retirar as mãos, pare o
movimento, relaxe as mãos sobre o corpo do bebê e primeiro pense que as vai
retirar ainda antes de iniciar o gesto, e suavemente retire as mãos de cima do
corpo do bebê Substitua as mãos por uma mantilha para aconchegar a pele nua e
para que o bebê se sinta mais confortável.
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