No caminho da vida, um pequeno tropeço pode impedir que o bebê nasça perfeito. Mas a ciência e o amor, de mãos dadas, oferecem a ele um futuro melhor.
Admitir as limitações físicas e intelectuais de um filho talvez seja uma das tarefas
mais penosas para os pais. Mais difícil ainda é temperar a realidade com uma dose
certa de esperança, capaz de manter vivas as possibilidades de progressos de
uma criança "especial". Esses são os desafios vividos diariamente por pais
de meninos e meninas portadores de síndromes - anomalias que afetam
cerca de 3% da população mundial.
Os primeiros indicadores de que a criança pode ter uma síndrome
nem sempre chamam a atenção de pais e médicos, que chegam a
confundi-los com problemas corriqueiros, como cólicas intestinais.
Geralmente, os sintomas são espasmos, falta de coordenação nos movimentos,
regressões na fala, gestos repetitivos e flacidez muscular.
Mesmo quando esses sinais são percebidos cedo, é difícil identificar
sua causa e chegar a um diagnóstico seguro. Em primeiro lugar,
porque as síndromes não são doenças. São um conjunto
de sinais que afetam o comportamento, o desenvolvimento mental e físico.
Além disso, as pesquisas sobre algumas delas são relativamente
recentes e, em cerca de 40%, os especialistas não encontram
razões para sua origem. Isso explica por que boa parte das crianças
afetadas passa por uma peregrinação nos consultórios médicos,
antes de se chegar a um diagnóstico preciso.
Entre as causas conhecidas para as síndromes estão
as alterações genéticas que ocorrem no momento da concepção,
e os problemas que podem afetar o desenvolvimento neurológico
do feto durante a gravidez, como rubéola, toxoplasmose e infecção
por citomegalovírus. O uso intenso de crack,
álcool e outras drogas são outras possíveis razões.
Cristiane Ballerini
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