segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

ALIMENTAÇÃO ENTERAL EM RN



ALIMENTAÇÃO ENTERAL EM RECÉM-NASCIDOS

SONDA OROENTERAL
SONDA NASOENTERAL

O trato gastrointestinal do recém-nascido pré-termo (RNPT) é imaturo em suas funções fisiológicas digestivas, absortivas e imunológicas. A consequência é a limitação da função digestiva, a maior permeabilidade aos nutrientes parcialmente digeridos, especialmente peptídeos, e facilidade de translocação bacteriana, ocasionando a chamada sepse endógena. A maturação do sistema imunológico intestinal se inicia a partir da sexta semana de idade gestacional, ocorrendo ao mesmo tempo em outros órgãos centrais, como o timo; as placas de Peyer se desenvolvem concomitante no baço e no tecido linfóide intestinal. Gradativamente o intestino sintetiza agregados de células CD4, linfócitos T e B e macrófagos.
O leite humano tem a função de não somente prover IgA ao intestino imaturo, mas também hormônios (fator de crescimento epitelial), outros elementos imunitários (imunoglobulinas não IgA), células vivas (linfócitos T e B, macrófagos) e elementos nutricionais (nucleotídeos, taurina e glutamina) que aceleram a maturação intestinal.
Por estes motivos, durante as fases de transição e estabilização neonatal, o leite humano é de fundamental importância na nutrição enteral do RNPT, em especial para aqueles gravemente enfermos.
Quando se fala em nutrição do recém-nascido pré-termo, a nutrição enteral é menos onerosa e tecnicamente mais fácil em relação à parenteral, entretanto apresenta suas limitações, particularmente naqueles recém-nascidos gravemente enfermos. Daí o surgimento do conceito da nutrição enteral mínima, com o uso de pequenos volumes, concomitante à nutrição parenteral.
Estudos mostram que esta prática leva a menor tempo de intolerância gástrica e ganho de peso mais rápido em relação aos recém-nascidos alimentados mais tardiamente.
A presença do alimento é importante estímulo para o crescimento da mucosa intestinal. O efeito trófico do leite humano sobre a mucosa é atribuído à presença de fatores de crescimento como insulina, fator de crescimento epidérmico e pelo estímulo à liberação de peptídeos endógenos (gastrina e colecistoquinina).
A administração de dieta enteral precoce promove efeitos em outros tecidos como a maturação da função muscular, facilitando a tolerância alimentar, a diminuição da resistência vascular do baço com aumento do fluxo sanguíneo e melhor oferta de oxigênio, com redução da incidência de enterocolite necrosante. Estão aumentados nestas crianças a gastrina, a motilina e peptídeos pancreáticos que regulam uma variedade de funções endócrinas que mantém a integridade do intestino e contribui para a digestão e absorção de nutrientes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário