Atresia Duodenal
A atresia de duodeno é uma
malformação em que o duodeno (a primeira parte do intestino delgado) não se
desenvolveu adequadamente, não estando aberto e não permitindo a passagem do
conteúdo abdominal. A atresia duodenal (ou atresia de duodeno) é o tipo mais
comum de obstrução congênita do intestino delgado.
A maioria dos casos deve-se a um erro de desenvolvimento,
uma falha na recanalização da luz duodenal, durante a oitava e a décima
primeira de semanas gestação. Acredita-se que uma lesão do duodeno, como a
diminuição do suprimento sangüíneo durante a gestação, faça o duodeno perder
tecido, estreitar-se e obstruir-se.
A atresia duodenal tem
incidência estimada em um caso a cada 8.000 nascidos vivos. A atresia duodenal
associa-se frequentemente a outras anomalias, como cardiopatias congênitas,
atresia esofágica, ânus imperfurado, atresia de intestino delgado, atresia
biliar, anomalias renais e vertebrais. Em torno de 20 a 30% dos fetos com
atresia duodenal tem trissomia do 21 (Síndrome de Down).
Achados ecográficos de
polidramnio (aumento do líquido amniótico) e o “sinal da dupla bolha” são
sugestivos da atresia duodenal. O “sinal da dupla bolha” é produzido por um
estômago distendido no quadrante superior esquerdo, ligado a um bulbo duodenal
aumentado de volume, à direita.
Os bebês que nascem com
atresia duodenal começam a apresentar vômitos abundantes imediatamente após o
nascimento. O vômito pode ser verde (por causa da bile) e o volume
freqüentemente é maior do que o ingerido pelo bebê. Ele pode apresentar uma ou
duas evacuações de mecônio, mas não mais de duas. Se não forem tratados, esses
bebês se desidratam e podem ficar criticamente enfermos muito rapidamente. A
atresia duodenal pode ser confirmada após o nascimento com auxílio do raio X.
Raio X mostrando a "dupla bolha".
Radiografia de Atresia
Duodenal: as setas mostram as duas imagens de bolha. A bolha maior (direita) é
o estômago dilatado e a menor (esquerda) é a primeira porção do duodeno
dilatada. Outras partes do abdome não contém gás.
Não existe tratamento pré-natal. Todos os neonatos com
suspeita de obstrução intestinal deveriam receber tratamento em centro de referência
com cirurgião pediátrico. A conduta na obstrução duodenal é cirúrgica, para
remover o segmento obstruído do duodeno.
A atresia duodenal está
associada a uma taxa de prematuridade em torno de 46%. As causas mais comuns de
morte em bebês com atresia duodenal são prematuridade com doença pulmonar ou
associado a anomalias graves, particularmente aos defeitos cardíacos.
Felizmente a sobrevivência
de bebês com atresia duodenal tem gradualmente aumentado nos últimos anos,
sendo que esta taxa é de aproximadamente 95%. É esperada a recuperação da
atresia duodenal após tratamento. Entretanto, podem ocorrer problemas
alimentares persistentes de absorção e maior necessidade de vitaminas após a
cirurgia. Caso não for tratada a atresia duodenal é fatal.
FONTE:
www.fetalmed.net/atresia-duodenal.
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