quinta-feira, 13 de novembro de 2014

ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR PARA PREMATUROS



Hoje vamos falar sobre a introdução de alimentos sólidos na rotina do bebê prematuro. Todos sabem que, para bebês a termo, os alimentos sólidos são introduzidos por volta dos 4 a 6 meses de vida. Mas e no caso dos prematuros? Os pais têm dúvidas sobre qual o melhor momento para introduzir novos alimentos ao bebê; baseando-se na idade cronológica ou na corrigida? E como será a aceitação dele? Poderá haver problemas pelo fato dele ter nascido prematuro? Quais? O que fazer para contorná-los? 


Para sanar essas dúvidas, resolvemos trazer um pouco do que os especialistas dizem sobre o assunto. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a introdução de alimentos de maior consistência para bebês prematuros deve ser feita sem pressa. No inicio do processo, é normal que haja um estranhamento e até recusa. Para os pequenos, são muitas mudanças ao mesmo tempo: o sabor é novo (frutas, legumes), a consistência é diferente da que ele está acostumado (espessada/granulada), há um objeto totalmente novo e muito estranho – a colher, que é mais rígida e fria que o seio materno (a SBP recomenda o uso de colheres emborrachadas para a introdução de alimentos sólidos para prematuros).


É preciso fazer a introdução da alimentação complementar gradualmente e de acordo com o desenvolvimento de cada bebê. A SBP recomenda que se espere até os 4 ou 6 meses de idade corrigida para introduzir novos alimentos aos prematuros, pois nessa fase a maioria dos bebês deverá ter um desenvolvimento dos órgãos fonoarticulatórios compatível com a função de deglutição. Na prática, o que se vê é que os bebês prematuros acabam amadurecendo mais rápido, o que acaba abreviando este passo. O acompanhamento do pediatra durante esse processo é fundamental. O profissional que conhece o histórico do bebê e que acompanha sua evolução saberá se ele está apto para dar os próximos passos.


Vale ressaltar que alguns prematuros podem apresentar o reflexo de vômito abolido ou exacerbado pelo uso prolongado de sondas (SOG) e tubos oro-traqueais. Outros, por um comprometimento neurológico, podem apresentar dificuldade para sugar e/ou não conseguir coordenar a deglutição. Estes bebês devem ser encaminhados precocemente a uma intervenção com fonoaudiólogo (se possível antes mesmo da alta). Na criança com paralisia cerebral esta transição de consistência do alimento e o uso de colher é mais complicada, devendo ser orientada sempre pela fonoaudiologia.


Resumidamente, para que a introdução dos alimentos sólidos ao bebê prematuro seja tranquila e bem-sucedida, é preciso:

* Acompanhamento profissional: do pediatra SEMPRE. De outros profissionais (fonoaudiólogo, psicólogo, nutricionista), quando necessário.


* Paciência e persistência: são fundamentais.


* Serenidade para: 1) aceitar que seu filho é único e não pode ser comparado com outras crianças e 2) para fingir não ouvir aqueles que o fazem.  


E finalmente, uma vez que o bebê está apto para iniciar a alimentação complementar, o ideal é, dentro do possível, seguir as recomendações do Ministério da Saúde para alimentação saudável em crianças menores de 2 anos:


Passo 1 – Dar somente leite materno até os 6 meses, sem oferecer água, chás ou qualquer outro alimento;


Passo 2 – A partir dos 6 meses, introduzir de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite materno até os dois anos de idade ou mais;


Passo 3 – Após 6 meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas e legumes) três vezes ao dia, se a criança estiver em aleitamento materno;


Passo 5 – A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida de colher; iniciar com a consistência pastosa (papas/purês) e, gradativamente, aumentar a consistência até chegar à alimentação da família;


Passo 6 – Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é uma alimentação colorida;


Passo 7 – Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições;


Passo 8 – Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinho e outras guloseimas, nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação;


Passo 9 – Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; garantir o seu armazenamento e conservação adequados;




 Baby-Eating






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