Posicionamento:
O
posicionamento é importante para o desenvolvimento de padrões de
movimentos mais maduros, além de manutenção de tônus muscular mais
adequado. Os pré-termos, por serem imaturos, pequenos e por não terem
sido suficientemente contidos dentro do útero, têm um tônus muscular
diminuído além de menor flexão.
O desequilíbrio da extensão
excessiva pode ocorrer rapidamente em bebês prematuros devido a esforços
repetidos de conseguir estabilidade postural ou contenção dentro do
ambiente extra-uterino não líquido, fixando-se contra uma superfície
firme, geralmente o colchão. A fixação do neonato é apresentada
inicialmente como uma hiperextensão do pescoço em decúbito dorsal ou
lateral e parece bloquear o desenvolvimento futuro de mobilidade e
co-contração na região do pescoço. A partir da hiperextensão do pescoço,
a fixação ou estabilidade postural anormal pode ser classicamente
levada para o bloqueio seqüencial nas regiões do ombro, pelve e quadril.
Sabe-se
que a flexão é melhorada em decúbito ventral pela influência do reflexo
tônico labiríntico. Bebês em decúbito ventral têm apresentado melhor
oxigenação, menos choro, sono mais calmo, respiração regular, freqüência
cardíaca mais lenta, menos atividade motora, diminuição de crises de
apnéia, aumento da complacência pulmonar, aumento do volume corrente e
diminuição do assincronismo tórax/abdome.
A posição prona propicia
ao bebê a utilização dos extensores da cabeça e promove a flexão das
extremidades, além da mão à boca. Além disso, favorece o trabalho
diafragmático, pelo próprio peso do corpo do RN contra o colchão,
oferecendo assim estímulo proprioceptivo.
O decúbito lateral
favorece o trabalho diafragmático, fortalecendo a hemicúpula do lado que
o RN está apoiado e expandindo a do lado oposto. Nesta posição devem-se
colocar pequenos rolos posteriores atrás da cabeça, tronco e coxas;
dando apoio aos pés para acalmá-los. Além da estabilidade postural, o
uso dos rolos favorece o movimento de flexão-extensão da cabeça,
auxiliando na manutenção dos MMSS na linha média proporcionando simetria
e estimulando o contato visual com as mãos (reflexo de conexão
mão-boca).
A posição supina promove simetria e movimentos de
flexão antigravitacional.Ela não é aconselhada por dificultar o trabalho
diafragmático, uma vez que, sua incursão é limitada pelo abaulamento do
abdome e também por favorecer a hiperextensão da cabeça e a retração da
escápula, dificultando assim os movimentos da cabeça e MMSS e o reflexo
de conexão mão-boca. Também não é aconselhado o uso de travesseiros que
proporcionem a hiperextensão do tórax levando assim a uma retração da
musculatura cervical. Nesta posição, obtém-se facilmente a resposta do
reflexo de Moro.
A posição semi-sentada, com o apoio promove
início do controle de cabeça, melhor orientação visual e contato social,
além de favorecer o trabalho diafragmático pela ação gravitacional que
provoca o abaixamento das vísceras.
Para se conseguir um
posicionamento ideal do pré-termo, a facilitação do terapeuta trazendo
os membros superiores à linha média deve ser feita. A retirada da mão do
terapeuta deve ser paulatina, conforme o bebê consiga se auto-organizar
e se manter num estado adequado.
O importante no posicionamento é
verificar como cada bebê se comporta perante aquela nova postura.
Sugerem-se o uso de fraldas, cueiros ou cobertores em forma de rolos,
nas posições utilizadas.
FONTE:
O BENEFÍCIO DO POSICIONAMENTO DOS RN´s DE ALTO RISCO EM SEU DESENVOLVIMENTO NEUROMOTOR - Revisão de LiteraturaQuênia Fraga da Silva.
Fisioterapeuta Pós-Graduada em Fisioterapia Neurofuncional pela UGF (RJ).
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