segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Posicionamento do Bebê Prematuro

Posicionamento:
  

O posicionamento é importante para o desenvolvimento de padrões de movimentos mais maduros, além de manutenção de tônus muscular mais adequado. Os pré-termos, por serem imaturos, pequenos e por não terem sido suficientemente contidos dentro do útero, têm um tônus muscular diminuído além de menor flexão.
O desequilíbrio da extensão excessiva pode ocorrer rapidamente em bebês prematuros devido a esforços repetidos de conseguir estabilidade postural ou contenção dentro do ambiente extra-uterino não líquido, fixando-se contra uma superfície firme, geralmente o colchão. A fixação do neonato é apresentada inicialmente como uma hiperextensão do pescoço em decúbito dorsal ou lateral e parece bloquear o desenvolvimento futuro de mobilidade e co-contração na região do pescoço. A partir da hiperextensão do pescoço, a fixação ou estabilidade postural anormal pode ser classicamente levada para o bloqueio seqüencial nas regiões do ombro, pelve e quadril.
Sabe-se que a flexão é melhorada em decúbito ventral pela influência do reflexo tônico labiríntico. Bebês em decúbito ventral têm apresentado melhor oxigenação, menos choro, sono mais calmo, respiração regular, freqüência cardíaca mais lenta, menos atividade motora, diminuição de crises de apnéia, aumento da complacência pulmonar, aumento do volume corrente e diminuição do assincronismo tórax/abdome.
A posição prona propicia ao bebê a utilização dos extensores da cabeça e promove a flexão das extremidades, além da mão à boca. Além disso, favorece o trabalho diafragmático, pelo próprio peso do corpo do RN contra o colchão, oferecendo assim estímulo proprioceptivo.
O decúbito lateral favorece o trabalho diafragmático, fortalecendo a hemicúpula do lado que o RN está apoiado e expandindo a do lado oposto. Nesta posição devem-se colocar pequenos rolos posteriores atrás da cabeça, tronco e coxas; dando apoio aos pés para acalmá-los. Além da estabilidade postural, o uso dos rolos favorece o movimento de flexão-extensão da cabeça, auxiliando na manutenção dos MMSS na linha média proporcionando simetria e estimulando o contato visual com as mãos (reflexo de conexão mão-boca).
A posição supina promove simetria e movimentos de flexão antigravitacional.Ela não é aconselhada por dificultar o trabalho diafragmático, uma vez que, sua incursão é limitada pelo abaulamento do abdome e também por favorecer a hiperextensão da cabeça e a retração da escápula, dificultando assim os movimentos da cabeça e MMSS e o reflexo de conexão mão-boca. Também não é aconselhado o uso de travesseiros que proporcionem a hiperextensão do tórax levando assim a uma retração da musculatura cervical. Nesta posição, obtém-se facilmente a resposta do reflexo de Moro.
A posição semi-sentada, com o apoio promove início do controle de cabeça, melhor orientação visual e contato social, além de favorecer o trabalho diafragmático pela ação gravitacional que provoca o abaixamento das vísceras.
Para se conseguir um posicionamento ideal do pré-termo, a facilitação do terapeuta trazendo os membros superiores à linha média deve ser feita. A retirada da mão do terapeuta deve ser paulatina, conforme o bebê consiga se auto-organizar e se manter num estado adequado.
O importante no posicionamento é verificar como cada bebê se comporta perante aquela nova postura. Sugerem-se o uso de fraldas, cueiros ou cobertores em forma de rolos, nas posições utilizadas. 

FONTE:

O BENEFÍCIO DO POSICIONAMENTO DOS RN´s DE ALTO RISCO  EM SEU DESENVOLVIMENTO NEUROMOTOR - Revisão de Literatura

Quênia Fraga da Silva.
Fisioterapeuta Pós-Graduada em Fisioterapia Neurofuncional pela UGF (RJ).

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