A mãe prematura é muitas vezes uma adolescente sozinha e sem experiências (por mais que não seja tão adolescente assim). A carga de dor e sofrimento que a sua prematuridade e a de seu filho lhe submetem são como uma intensidade de vida imensamente maior do que a suportada pelas pessoas comuns. É isso. A mãe prematura não é uma pessoa comum. É um ícone de superação que a torna um ser especial, não bastasse a maternidade já lhe conferir esse destaque entre as humanas. Recuperar-se, sair do hospital sem seu bebê no colo (enquanto outras mães saem com seus filhos no colo) e acompanhar a recuperação de seu pequeno filho que nada se assemelha ao que ela imaginou ver nascer um dia durante toda a gestação interrompida, é sua grande batalha. Vencer culpas e isolamentos familiares. Vencer a falta de instrução e os mitos sociais (será que um bebê desse tamanho vinga?, nossa como dói...), vencer as dificuldades de recursos clínicos e a impessoalidade e frieza habituais que as instituições de saúde dispensam a seus usuários. Vencer a distância da casa ao Hospital (não querer sair dele, mas ao mesmo tempo não supertar ficar nele). Vencer as dificuldades financeiras para estar com seu filho. Vencer a quebra do vínculo. Vencer o que seria invencível se ela não guardasse no seu coração a força quase maior que a força de uma mãe: a força de uma mãe prematura.
Sobreviventes dessa boçalidade, as mães prematuras percebem-se felizes a cada gramo de peso conquistado por seu filho. Cada gesto novo. Cada dia a mais livre do oxigênio é comemorado como grande vitória, digna de um grande prêmio.
Fechamos os ouvidos para as coisas ruins... buscamos em Deus a vitória...
Cada 72 hs uma vitória... cada dia sem intercorrencia...outra vitória
Sem contar o telefone ...queremos ouvi-lo mudo...pois se hospital ligar é coisa grave...
Cada 30 minutos da visita passam num piscar de olhos...
Cada tirada de leite...a esperança de dar vida e um dia pode amamentar no seio seu filhote...
Mãe prematura... não é facil...nos fazemos forte...mais por dentro só Deus sabe...
Não há detalhes para a mãe prematura e para seu filho. Tudo é milagrosamente grande e impressionante. Cada pequena conquista e cada mínima queda é comparada a um Everest ou a um grande abismo. E é necessariamente dolorosa e real sua relação diária com a morte iminente, com a piora constante, com a perda... Se só mesmo as mães são felizes, como afirma Cazuza, maior felicidade pertence às mães prematuras e a seu exemplo de vida.
Haverá um dia no mundo alguma tarefa mais nobre que a de cuidar, alimentar e fazer crescer com segurança e alegria a vida de um bebê prematuro. Mas isso é matéria dos Anjos e segredo de Deus que não pertence à vida dos homens e nem a seus dias.
Fonte: http://www.e-familynet.com/phpbb/ser-mae-de-um-prematuro-t541208.html
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