Displasia bronco pulmonar é uma doença advinda de agressões
causadas pelo tratamento de recém-nascidos prematuros ou com doenças pulmonares
como infecções, acúmulo de líquidos, malformações pulmonares, etc. Os pulmões dos
recém nascidos não estão completamente formados, de modo que o número de
alvéolos aumenta muito nos 2 anos de vida primeiros anos de vida.
Quando o recém-nascido prematuro precisa de
ventilação mecânica para sua sobrevivência, essa resulta numa inflamação
pulmonar, que produz cicatrizes pulmonares e interfere com o desenvolvimento
normal dos pulmões.
A lesão pulmonar advinda da displasia deixa a
criança com dificuldade para respirar e dependente de oxigênio, além de chiado
no peito e tosse. Todos estes sintomas tendem a melhorar com o passar do tempo
e com o crescimento pulmonar normal, desde que a criança receba tratamento
adequado.
O tratamento da displasia envolve questões
alimentares, uso de oxigênio, medicamentos e prevenção de infecções. Como o
crescimento pulmonar é a chave para a melhora dos sintomas de cansaço e
dependência de oxigênio, o ganho de peso e o crescimento normal da criança têm
grande impacto na melhora da displasia bronco pulmonar. O uso de oxigênio
representa um dos aspectos mais importantes no tratamento da displasia bronco
pulmonar, pois as imaturidades pulmonares aliadas às lesões cicatriciais dos
pulmões resultam numa dificuldade em captar o oxigênio do ar ambiente, e como consequência
as crianças não conseguem uma oxigenação adequada sem uma oferta adicional do oxigênio.
Além das vacinas do calendário básico de saúde, as
crianças com displasia bronco pulmonar devem receber vacinação para o
pneumococo e vírus da gripe ou Influenza (esta também deve ser indicada para os
familiares e cuidadores).
Além das vacinas, recomenda-se a administração de
um anticorpo especial, denominado gamaglobulina específica antivírus sincicial
respiratório nos meses de março a agosto para as crianças com displasia bronco
pulmonar até os dois anos de idade.
Ainda com relação à prevenção de
infecções, é preciso lembrar que pessoas com resfriados ou gripes e crianças
abaixo dos 12 anos de idade devem ter acesso limitado à criança com displasia bronco
pulmonar nos primeiros meses após a alta, pois as infecções respiratórias
representam o maior risco para elas.
Importante ainda lembrar que a
lavagem de mãos é comprovadamente o método mais eficaz na prevenção da
transmissão de doenças, e deve ser estimulado para todas as pessoas em contato
com a criança com displasia bronco pulmonar.
A melhora dos sintomas da displasia bronco
pulmonar é lenta e gradual, e depende do tratamento adequado e da ausência de
complicações graves, mais comuns no 1º ano de vida (principalmente as infecções
respiratórias). A dependência de oxigênio desaparece lentamente e raramente
ultrapassa o 1º ano de vida. Não se recomenda “apressar a retirada” ou tentar
forçar o desmame do oxigênio, já que a oxigenação adequada é fundamental para o
crescimento e para evitar complicações cardíacas.
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