terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Surfactante



Um dos maiores avanços obtidos no campo da Neonatologia nos últimos anos foi, sem dúvida, o desenvolvimento e a disponibilidade comercial do surfactante exógeno para o tratamento de doenças com deficiência desta substância. O surfactante pulmonar é um líquido que atua nos alvéolos de forma a permitir a respiração em todos os seres vivos que respiram pelos pulmões. Quando não há a presença do surfactante os alvéolos diminuem de tamanho, ao ponto de causar a impossibilidade de respirar. A deficiência de surfactante pulmonar, seja qual for a causa, acarreta, insuficiência respiratória grave em crianças pré-termo e é conhecida como Síndrome do Desconforto Respiratório ou Doença da Membrana Hialina.  A SDR é a causa principal da mortalidade e morbidade aguda no recém-nascido pré-termo e pode ser responsável por sequelas respiratórias e neurológicas à longo prazo. Sua produção começa na 30ª semana de gestação e é essencial que esteja sendo produzido em quantidade suficiente ao nascimento do feto, pois do contrário haverá o colabamento dos alvéolos quando o recém-nascido entrar em contato com o ar. Bebês prematuros não contém o surfactante suficiente em seus pulmões e por isso é necessário que logo ao nascer o médico dê ao bebê o surfactante para que ele consiga respirar sozinho. A terapêutica com surfactante exógeno permitiu uma redução das taxas de mortalidade neonatal entre os prematuros extremos, com impacto inclusive na mortalidade infantil dos países desenvolvidos.

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