Um
dos maiores avanços obtidos no campo da Neonatologia nos últimos anos foi, sem
dúvida, o desenvolvimento e a disponibilidade comercial do surfactante exógeno
para o tratamento de doenças com deficiência desta substância. O surfactante
pulmonar é um líquido que atua nos alvéolos de forma a permitir a respiração em
todos os seres vivos que respiram pelos pulmões. Quando não há a presença do
surfactante os alvéolos diminuem de tamanho, ao ponto de causar a
impossibilidade de respirar. A deficiência de surfactante pulmonar, seja qual
for a causa, acarreta, insuficiência respiratória grave em crianças pré-termo e
é conhecida como Síndrome do Desconforto Respiratório ou Doença da Membrana
Hialina. A SDR é a causa principal da mortalidade
e morbidade aguda no recém-nascido pré-termo e pode ser responsável por sequelas
respiratórias e neurológicas à longo prazo. Sua produção começa na 30ª semana
de gestação e é essencial que esteja sendo produzido em quantidade suficiente
ao nascimento do feto, pois do contrário haverá o colabamento dos alvéolos
quando o recém-nascido entrar em contato com o ar. Bebês prematuros não contém
o surfactante suficiente em seus pulmões e por isso é necessário que
logo ao nascer o médico dê ao bebê o surfactante para que ele consiga respirar
sozinho. A terapêutica
com surfactante exógeno permitiu uma redução das taxas de mortalidade neonatal
entre os prematuros extremos, com impacto inclusive na mortalidade infantil dos
países desenvolvidos.
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