Estudo
mapeia infecções respiratórias mais frequentes em prematuros
Um
estudo realizado no Brasil durante mais de um ano identificou quais vírus são
responsáveis pelas infecções do trato respiratório inferior de bebês prematuros. A pesquisa Brazilian Respiratory
Virus Study concluiu que o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é o mais
agressivo. O VSR é a causa mais frequente de infecções respiratórias do trato
inferior de bebês prematuros, nascidos com ou abaixo de 35 semanas de gestação
e responsável por cerca de 66,7% dos casos de hospitalização. Ele também é duas
vezes mais comum que o rinovírus em episódios de infecções respiratórias
graves.
“É importante olhar para este vírus. Nosso estudo
sublinha a necessidade de desenvolvermos vacinas melhores e remédios mais eficientes
para controlar a infecção por este vírus”— diz o médico e um dos coordenadores
do estudo, Marcus Jones.
O estudo foi publicado na edição de outubro do
Pediatrics Infectious Disease Journal e apresentado em simpósio, durante o
Congresso Brasileiro de Perinatologia, que ocorre até 22 de novembro, em
Brasília.
Durante um ano, 303 bebês nascidos com ou abaixo de
35 semanas de gestação, em três centros de pesquisa (Porto Alegre, Curitiba e
Ribeirão Preto), tiveram a incidência do VSR em infecções respiratórias
graves mapeada.
Além deste, foram identificados cerca de oito
outros vírus respiratórios associados com maior frequência às infecções
respiratórias e a infecções graves. Entre os quatro vírus mais associados a
quadros graves, o VSR foi o mais frequente. O segundo foi o rinovírus.
— O VSR é o vírus mais malvado para o prematuro —
avalia o especialista.
A infecção pelo VSR ocorreu em todos os meses
durante o desenvolvimento do estudo, encerrado em 2010. O maior pico foi
registrado de abril a julho, meses tradicionalmente considerados como “de alta
estação do VSR”, nas regiões Sul e Sudeste, esclarece o especialista.
O VSR tem caráter sazonal e geralmente circula no
outono e no inverno em países de estações bem definidas, apesar de não estar
relacionado a baixas temperaturas. Para crianças acima de dois anos ou adultos
saudáveis, a infecção por VSR pode ser confundida com um resfriado.
Bronquiolite e pneumonia
são as suas formas de apresentação mais frequentes. A longo prazo, uma das
consequências mais comuns é o chiado recorrente no peito, que pode perdurar até
a adolescência. Não há tratamento específico para a infecção por VSR.
Fonte: Zero Hora
Nenhum comentário:
Postar um comentário