O quilotórax é o derrame pleural
mais frequente no feto e no neonato, ocorrendo em 1/10.00015.000 recém-nascidos
e iniciando-se nas primeiras 24 horas de vida. É potencialmente fatal devido ao
acometimento respiratório, nutricional e imunológico. Quilotórax (QT) pode ser
definido como o acúmulo de linfa no espaço pleural, é predominantemente composta
por gorduras como triglicérides e quilomícrons, glicose, proteínas e linfócitos.
Este tipo de derrame pleural ocorre como consequência de ruptura, laceração ou obstrução
do ducto torácico, sendo as causas mais comuns as traumáticas, congênitas e as
outras chamadas de não traumáticas.
A mortalidade é bastante elevada,
mas com os métodos diagnósticos atuais, ressuscitação imediata após o
nascimento, suporte ventilatório mecânico, nutrição parenteral total (NPT) e
suplementação das perdas hídricas, pode-se esperar uma melhora no prognóstico final
do quilotórax no recém-nascido.
A drenagem pleural revela líquido
de aspecto leitoso, se o RN já foi alimentado; caso contrário, o líquido é
claro, amarelo e transparente. Sem a dieta oral, a distinção entre efusão
quilosa e efusão não quilosa é difícil e às vezes, impossível. Assim, no RN,
uma dieta oral mínima e mandatória para o diagnóstico do quilotórax.
Tratamento
Baseia-se fundamentalmente em punções pleurais para esvaziamento. No quilotórax espontâneo do recém-nascido, habitualmente, três a cinco punções são suficientes para que se obtenha cura do processo. Nos casos em que as punções esvaziadoras são ineficazes recomenda-se a cirurgia torácica e cardíaca, necessitando instituição de drenagem torácica em selo d’água. Esse fato acontece habitualmente no quilotórax associado a trombose de veia cava superior ou mesmo no iatrogênico, após toracotomia. Neste último caso, em geral, há aderências pleurais que dificultam o esvaziamento com uma simples punção.
Quanto ao suporte nutricional, deve-se fornecer dieta hiperprotéica, rica em hidratos de carbono e isenta de gorduras. A prática corrente de se administrar triglicerídeos de cadeia média para fornecimento de calorias tem vantagem apenas teórica. Estes são absorvidos diretamente no sistema porta, não passam pelo ducto torácico e dessa forma não aumentariam o fluxo linfático. Em alguns casos se torna necessária a administração de dietas elementares ou nutrição parenteral prolongada.
A efusão quilosa
geralmente permanece por um longo tempo, no entanto, após 6 semanas a maioria
das efusões cessam. Não se recomenda atrasar a abordagem cirúrgica do
quilotórax mais de 4 semanas.
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