…a gente nunca esquece, mas devemos
ficar atentos à época das erupções deles
A qualidade dos dentes das
crianças está diretamente relacionada à saúde bucal (que envolve mais que os
dentes) e consequentemente à saúde geral. Porém essa condição parece não ser
assimilada por muitos pais, que desconhecem as fases de erupção dos dentes e
suas implicações no desenvolvimento dos pequenos.
A criança tem em sua dentição decídua
ou primária 20 dentes (incisivos centrais, incisivos laterais, caninos e
molares – superiores e inferiores – não há na dentição decídua os dentes
pré-molares), os chamados dentes de leite. Excetuando casos específicos, eles
nascem entre 4 e 7 meses de idade. Existem casos de crianças que já nascem com
os dentinhos ou têm a erupção precoce (1 mês, mais ou menos) e estes são
conhecidos como dentes natais ou neonatais, que em casos de complicações,
como dor, ulcerações na língua e lábio ou dificuldades na amamentação – porque
podem ferir o bico do seio da mãe – necessitam de uma avaliação do
odontopediatra para discussão da necessidade de extração ou manutenção desses dentes.
Por volta dos 6 anos de idade,
inicia-se a dentição mista com a erupção dos primeiros molares permanentes,
concomitantemente os dentes incisivos inferiores começam a esfoliar
dando espaço para os incisivos inferiores permanentes. É importante frisar que
para a erupção dos primeiros molares permanentes não é necessário que nenhum
dente posterior tenha caído. A dentição permanente quase se completa aos 12
anos, mas ainda fica faltando o tão falado dente do siso (3º molar) que não é
comum para todas as pessoas e que irrompe lá pelos 18 anos.
Outra situação, não tão rara, é a
presença de dentes extranumerários ou supranumerários, que são aqueles que
excedem o número normal de dentes, os quais podem trazer complicações na
erupção dos dentes e por vezes exigem cirurgias complexas para sua
extração. Por outro lado, também existe a anodontia ou agenesia que é a falta
de um ou mais dentes e pode ocorrer na dentição decídua e permanente. Ah, se os
dentinhos atrasarem um pouco, até o primeiro aniversário, tudo bem, mais do que
isso corra até o dentista para saber o motivo.
Bem, o que fazer em situações
adversas? Para começar é importante saber que os dentinhos quando começam a irromper
causam sensação de desconforto para o bebê. Muitas vezes, a criança apresenta
baba, febre e até desarranjo intestinal. Há soluções clássicas como a chupeta e
medicações, mas minha experiência diz que não há nada melhor do que lavar bem
as mãos (não esqueça as unhas), pegar o bebê no colo e massagear as gengivinhas
que estão inflamadas e coçando demais, você pode calçar luvas também, mas é uma
ótima oportunidade para curtir o pequeno e embalá-lo num momento crítico para
ele, au naturel.
Quando a criança estiver com
aproximadamente 6 anos, um pouco mais, um pouco menos, lá atrás, no fundo,
surge o 1º molar permanente, também conhecido como molar dos 6 anos, mas atente
que para ele nascer não é necessário que caia nenhum outro dente, ele
não irá substituir nenhum outro, vai apenas iniciar a dentição mista. Nesta
mesma época, os incisivos inferiores também estarão em fase de troca.
Aí vem outra situação comum no
consultório: os dentes permanentes que querem irromper sem que o dente de leite
tenha caído. Está aí uma ótima oportunidade de visitar o dentista, já que ele vai
orientá-lo da necessidade de se fazer a extração desse dente de leite.
Resumindo, dentes decíduos e
permanentes têm uma época correta de irromper, podem estar a mais ou a
menos. Precisam ser conservados desde o momento que nascem e são essenciais
para o desenvolvimento das arcadas, fonação, mastigação e sorrisos
maravilhosos.
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